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As dificuldades em responder às solicitações, nomeadamente nas urgências de Ortopedia, estão a ser resolvidas e a situação para o que falta do ano «está regularizada», pois «o Centro Hospitalar do Algarve está a tomar todas as medidas necessárias para assegurar as escalas e garantir a todos os cidadãos o acesso aos cuidados de saúde de que possam necessitar», asseguraram os administradores dos hospitais públicos do Algarve.

Depois de ter vindo a público, no dia 24 de Dezembro, que o CHA estaria sem urgência de Ortopedia no sábado, domingo (dia de Natal) e segunda-feira, o PSD veio ontem denunciar este problema e apontou o dedo às falhas «cada vez mais recorrentes», que considera ameaçar «de forma, progressivamente, mais gravosa, a oferta assistencial disponível no Serviço Nacional de Saúde na região».

Os social-democratas garantiram ainda que houve «longos períodos de inatividade, já que foi ordenado o desvio de ambulâncias» nos Serviços de Urgência Básica de Loulé, Albufeira e VRSA, a 24 e 25 de Dezembro, situação desmentida ao Sul Informação pelo Conselho de Administração do CHA, que diz que os SUB «funcionaram sem interrupções nos dias referidos».

Já o não funcionamento das urgências de Ortopedia durante três dias é confirmada pelos responsáveis pelo CHA, que, no sábado, já tinham explicado que a situação tinha sido resolvida com a contratação externa deste serviço.

«O Centro Hospitalar do Algarve, devido à conhecida carência de médicos ortopedistas no quadro, tem que recorrer à contratação de prestadores de serviço, sendo que, nesta altura do ano, a oferta de serviços por parte destes profissionais é insuficiente. Desta forma, e não sendo possível assegurar a escala de urgência para estes dias, o Centro Hospitalar fez uma contratação de serviços de ortopedia a um Grupo Hospitalar Privado da região, opção que, entre as disponíveis, garantiu cuidados adequados e de maior proximidade».

Desta forma, os doentes que necessitaram de cuidados ortopédicos «foram encaminhados para o privado ou para o Hospital de referência do SNS, de acordo com a situação clínica».

Uma solução que é vista com maus olhos pelo PSD, que considera que o encaminhamento de doentes para o setor privado «não é adequado para matéria de urgência», além de ser «mais caro para o erário público e mais moroso, porque exige autorizações atrás de autorizações».

Já o Conselho de Administração do CHA salientou que, «para haver escalas de urgência de ortopedia equilibradas, são necessários 6 profissionais 24 horas por dia».

«Por isso, grande parte do trabalho de urgência tem que ser assegurado com recurso ao trabalho extraordinário dos profissionais que se voluntariam, mas, como é óbvio, também têm limites físicos. Este número, como tem sido dito e reconhecido, é claramente inferior ao necessário, continuando o Centro Hospitalar do Algarve empenhado na contratação de mais profissionais no sentido de estabilizar o quadro de especialistas nestas e noutras áreas mais carenciadas», disse.

O PSD aproveitou ainda para defender que a capacidade resposta do SNS, no Algarve, está a diminuir. Isso fica provado, acreditam, pelos dados oficiais, que apontam para uma redução do número de cirurgias programadas e urgentes e de primeiras consultas dadas no CHA em 2016, em relação ao ano anterior, e colocam o centro hospitalar algarvio com o «segundo mais alto índice de mortalidade dos 40 hospitais do país», além de ser aquele com «pior índice de demora média do país».

Isto apesar de o ministro da Saúde ter prometido resolver as falhas mais graves do SNS do Algarve até ao Verão, de modo a assegurar que a região tinha capacidade de resposta durante o pico do turismo. «Agora, menos de um ano volvido dessa declaração, convém que resolva também a das restantes estações do ano», defendem os social-democratas algarvios.

Também a carta de demissão apresentada recentemente por diversos responsáveis clínicos foi abordada pelo PSD/Algarve, que revela que o pedido dos profissionais de saúde foi justificado «com a ausência das condições necessárias para continuarem nos cargos».

Os responsáveis pela gestão do CHA confirmam a existência da carta, mas garantem que, neste momento, «é um processo que ainda se encontra em aberto e em diálogo entre a Administração e os referidos diretores», recusando mais comentários sobre o assunto, «por se tratar de um processo interno ainda em análise».

Já a resolução da falta de condições apontada pelos médicos demissionários «é uma prioridade estratégica da administração e passa por reorganizar e diferenciar os serviços e reforçar recursos humanos – o que já está a ser feito – bem como realizar um forte investimento em equipamento e instalações, já aprovado pela tutela, no montante de cerca de 20 milhões de euros para o triénio 2017-2019, sendo que será executado de imediato a partir do início de 2017».

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