Esmeralda Ramires, 56 anos, licenciada em Direito, ex-deputada à Assembleia da República pelo PS e chefe de divisão na Delegação Regional do Algarve do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), é o primeiro elemento da lista A «Determinação e Novas Propostas», que concorre às eleições para o Departamento Federativo das Mulheres Socialistas (DMFS) do Algarve, que decorrem este sábado, dia 14 de janeiro.
O Sul Informação fez uma curta entrevista a cada uma das candidatas – Esmeralda Ramires e Ana Passos – a quem colocou as mesmas duas perguntas.
SI – Quais as principais propostas da sua candidatura?
Esmeralda Ramires- As nossas propostas são, antes de mais, dinamizar o departamento, que está a entrar num novo ciclo. Depois, responder a alguns desafios que temos pela frente. Desde logo, contribuir para a materialização de um direito que já vimos adquirindo de quase igualdade de oportunidades.
Apesar de podermos dizer que somos dos países na Europa com a legislação mais avançada no que à Paridade e direitos da mulher diz respeito, na prática, não encontramos esta igualdade. Desde logo, porque as mulheres, na maioria das vezes, não são posicionadas em cargos de decisão.
É necessário que seja atribuída à mulher essa capacidade de estar em cargos de decisão. Só assim podemos ter executivos que sejam equitativos e representativos da sua população. Temos de mudar as mentalidades, para que as mulheres sejam escolhidas pelo contributo que podem dar e não pela obrigação de ter mulheres nas listas. Assim, queremos dar algum espaço físico às mulheres, para que se possam mostrar.
Queremos ainda a trazer à discussão dois temas que consideramos fundamentais. Desde logo o decréscimo de natalidade. É um problema dos jovens, mas também social, dos portugueses e da Europa. Queremos colocar isso na agenda política não só regional, mas também nacional.
O outro tema é o emprego. Pretendemos promover encontros com mulheres que sejam um reforço positivo da sua capacidade de atuar face ao desemprego e ao emprego precário, ao mesmo tempo que ajudamos a promover o empreendedorismo.
Também consideramos importante trabalhar em articulação com o departamento nacional. O que não podemos nem devemos é fazer apenas o que se determina a nível nacional.
SI- O que é que distingue a sua candidatura?
ER – A nossa candidatura pretende ser de continuidade. O departamento existe desde 2003 e teve o seu caminho, com altos e baixos. Neste momento, em que há novas eleições, entendemos que é preciso melhorá-lo e adaptá-lo ao novo contexto. E isso pode ser feito melhor por quem conhece. Quem não conhece, quem nunca participou nem fez qualquer proposta, não me parece que seja capaz destas alterações.
Uma das grandes diferenças é que a nossa equipa conta com várias pessoas, incluindo eu, que contribuíram para o desenvolvimento do departamento. Sabemos onde devemos atuar.
Também considero que o departamento deve estar na primeira linha da defesa dos direitos das mulheres. E nessa linha devem estar as mulheres que têm capacidade política para intervir ativamente na defesa desses direitos e para trazer outras para a participação política.
A nossa candidatura é genuína, no sentido em que apresenta um projeto que resulta de necessidades e desafios a que nós queremos responder, disponibilizando-nos para desenvolver ações conjuntamente com outros órgãos, designadamente ao nível de formação ou criação de rede.