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«Nenhuma instabilidade governativa resultará destas eleições autárquicas. Quero dizê-lo com todas as letras. Nenhuma consequência política nacional advirá do resultado das eleições autárquicas«, disse o primeiro-ministro Passos Coelho, também líder do PSD, na Festa do Pontal, esta sexta-feira à noite no Calçadão de Quarteira.

Apesar de considerar a vitória nas Autárquicas e a manutenção da presidência da Associação Nacional de Municípios como «desígnio» do PSD nas eleições de 29 de setembro, Passos fez questão de dizer que eleições e manutenção do Governo são «coisas inteiramente diferentes».

Seja qual for o resultado, «não haverá estados de alma dentro do Governo» quanto ao trabalho que tem de ser feito, frisou o líder do PSD tendo atrás de si, perfilados no palco, todos os candidatos social-democratas às Câmaras do Algarve.

«Ninguém tome por adquirido que a crise acabou», avisou Passos, apesar de salientar que o desempenho da economia portuguesa no segundo trimestre mostrou que se está «no rumo certo».

O primeiro-ministro falou ainda das dificuldades que os portugueses têm enfrentado com as medidas de austeridade e das dúvidas que têm surgido: «quando as dificuldades são grandes as pessoas querem saber se não nos perdemos nas dificuldades, quando escolhemos um caminho para seguir, as pessoas querem ter a certeza de que o caminho que seguimos não é um emaranhado de indecisões».

No entanto, salientou, a economia portuguesa apresentou um dos melhores desempenhos macroeconómicos em termos europeus, tudo graças à capacidade do Governo de «manter o rumo» e ser «paciente e persistente».

O primeiro-ministro defendeu também o rumo traçado pelo seu Governo, usando para isso metáforas ligadas ao mar: «quem se faz ao mar pensando que pode aportar em qualquer lugar tem uma grande probabilidade de ser perder. Quem enfrenta o mar, como no passado já aconteceu aos portugueses, sabendo onde quer chegar, pode passar por muitas tormentas e dificuldades, sabe que vai chegar ao seu destino, porque sabe onde quer ir».

Quanto aos sacrifícios dos portugueses, Passos Coelho admitiu que «em sido difícil para quase todos, mas é importante hoje elogiar o esforço coletivo que tem representado para Portugal do ponto de vista externo o princípio de uma nova credibilidade que dá confiança a quem hoje está a começar a sua vida em Portugal».

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