Cerca de 400 pessoas participaram no domingo, dia 9 de Abril, na inauguração do novo Centro de Trabalho do PCP, no Largo da Restauração, em Olhão, num «momento de grande alegria e combatividade que assinala o regresso da “casa” do Partido ao centro da cidade».
Foi já com a presença de Jerónimo de Sousa, que presidiu a este ato inaugural, que as novas instalações foram abertas à população e a placa comemorativa foi descerrada, ao som da “Internacional” e da “Portuguesa”, interpretadas pela Banda Filarmónica 1º de Dezembro, de Moncarapacho, que também se associou a esta festa.
Aos muitos olhanenses que quiseram marcar presença, juntaram-se também largas dezenas de amigos e militantes vindos de outros pontos do Algarve, que também participaram no almoço que foi servido e confecionado pela organização local.
Domingos Caetano (vocalista dos Irís), acompanhado por outros dois músicos olhanenses, animaram a festa antes das intervenções políticas, que ficaram a cargo de Sebastião Coelho, membro da comissão concelhia, vereador e candidato da CDU à presidência da Câmara de Olhão, e do secretário-geral do PCP.
Sebastião Coelho sublinhou que o novo centro de trabalho é “uma casa que queremos aberta à população do concelho, um Centro de Trabalho do Partido Comunista Português, onde cada trabalhador, cada democrata, cada patriota se deverá sentir como em sua casa”.
Para o vereador comunista, a inauguração em pleno mês de Abril constitui um “motivo de orgulho e redobrada alegria pelo significado que tem e é caso para dizer que este ano, em Olhão, o 25 de Abril chegou mais cedo”.
Esta foi a primeira iniciativa em que Sebastião Coelho interveio já como candidato da CDU, tendo sido uma oportunidade para relembrar o trabalho realizado pela coligação ao longo dos últimos anos em defesa dos trabalhadores e das populações e apontar o “objetivo, de aumentar o número de votos e o número de mandatos no concelho. Um objetivo que estará tão mais próximo quanto maior for o envolvimento de todos nesta batalha política.”
Jerónimo de Sousa fez questão de sublinhar o papel da organização do Partido Comunista, que tornou possível esta iniciativa e identificou os objetivos de reforço da organização, fixados pelo XX Congresso do PCP, com a abertura do novo centro de trabalho, reafirmando que assim “o Partido está no bom caminho”.
Numa intervenção que assinalou os “perigos e ameaças resultantes do agravamento da crise do capitalismo”, com os inquietantes desenvolvimentos das últimas semanas com a “agressão dos EUA à Síria”, Jerónimo de Sousa reafirmou o socialismo como “alternativa ao rasto de exploração, agressão e guerra semeado pelo capitalismo”.
Referindo-se à situação nacional, o secretário-geral do PCP valorizou a importância da luta e da ação decisiva do PCP no afastamento do Governo PSD/CDS, destacou as medidas positivas que foram entretanto tomadas, “medidas que um governo do PS em maioria nunca tomou nem tomaria”, que se destinam a responder a alguns dos problemas mais urgentes das populações.
Mas a “não rutura com os constrangimentos impostos pela União Europeia” e “a submissão ao grande capital da parte do PS” conferem, na opinião do líder comunista, um “carácter limitado à atual solução política”.
“A exigência da renegociação da dívida, a libertação do país da submissão ao Euro, a recuperação do controlo público da banca (recusando a entrega do Novo Banco ao capital estrangeiro como pretende o Governo PS)” foram apontados como “necessidades imprescindíveis para abrir a possibilidade de uma outra política, patriótica e de esquerda, que aumente a produção, crie emprego e garanta um Portugal soberano e com futuro”, disse ainda Jerónimo de Sousa.