Não chegou para estragar a festa que tinha como convidado principal o Primeiro-Ministro, mas o protesto organizado pela Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) foi barulhento e conseguiu mobilizar muitos automobilistas que passaram esta terça-feira ao final do dia frente ao parque aquático Aquashow, em Quarteira, onde decorreu a edição de 2012 da Festa do Pontal.
A CUVI voltou a tentar, mas ainda não foi desta vez que conseguiu ser recebida por Passos Coelho. Apesar disso, um assessor do chefe do Governo aceitou das mãos do membro da comissão João Vasconcelos o mesmo documento que apenas há dois dias os manifestantes não conseguiram entregar, numa ação na Manta Rota.
Quanto à Marcha do Pontal, a marcha lenta com buzinão que a CUVI levou até à porta da festa anual do PSD no Algarve, foi «um grande sucesso», na visão de João Vasconcelos. Entre várias dezenas de carros e motas identificados com dísticos da luta anti-portagens na A22 e outros tantos, que sem o estar, não davam descanso à buzina, a ação fez muito barulho e tornou o trânsito na estrada de acesso a Quarteira bem lento, como os seus organizadores pretendiam.
Ainda assim, a confusão não foi suficiente para incomodar o decorrer da Festa do Pontal e a coluna de protestantes também não conseguiu chegar a tempo de apanhar o Primeiro-Ministro a entrar, por entre bandeiras cor-de-laranja, no local da festa. Como, ao contrário de outros anos, a iniciativa foi realizada dentro de quatro paredes, o barulho do exterior nem se notou. Ou melhor, o barulho das buzinas, porque o do hino do PSD foi presença constante desde cedo, com colunas colocadas à porta, viradas para a estrada, a repetir a música ao longo de quase duas horas.
A CUVI aproveitou para acusar o Governo de «se esconder do povo» e de ter uma atitude «anti-democrática» ao recusar receber os ativistas anti-portagens. A exigência, continua a mesma: a suspensão imediata da cobrança de portagens na Via do Infante.