«É um dia triste na história do Algarve recente. Os interesses vitais da região não foram tidos em consideração. Daqui para a frente, há que olhar de forma redobrada para a evolução dos índices de sinistralidade, de fluidez de tráfico, do impacto na actividade económica e do grau de execução das obras de requalificação da ER 125, esperança última de atenuação das consequências negativas desta medida», considerou o deputado do PSD Mendes Bota, numa declaração pública divulgada esta quinta-feira, dia 8, primeiro dia de portagens na Via do Infante.
Mendes Bota defendeu ainda a necessidade de rever o sistema eleitoral de forma a proporcionar aos eleitos à Assembleia da República uma maior autonomia de intervenção, questão que se coloca com mais acuidade nos partidos com vocação e responsabilidade governativas. «Ficou também evidente a necessidade de uma reforma do sistema eleitoral que reforce a autonomia dos parlamentares eleitos, face a um sistema centralista que ignora e maltrata regiões como o Algarve», disse o deputado algarvio.
Mendes Bota foi, em princípios da década de 80, na altura deputado ao Parlamento Europeu, um dos principais batalhadores pela construção da Via do Infante e pelo financiamento comunitário que permitiu a construção de dois terços do seu atual traçado.
Na contestação à introdução de portagens na Via do Infante, Mendes Bota recusou-se a integrar um movimento que considera «claramente marcado pelo aproveitamento partidário de forças políticas de esquerda», mas afirma que «nunca deixou de exprimir livremente as suas opiniões, mesmo quando contrárias à orientação do governo que apoia, e que goza da legitimidade democrática conferida pelo voto».
O deputado algarvio sublinhou também, na sua declaração pública, que «há que não esquecer aqueles que foram responsáveis pelo descalabro financeiro do país, sobretudo nos últimos seis anos, e que nos conduziram a esta situação desesperada de rapar o fundo do tacho à procura de receitas para o Estado».