A moção “Pela suspensão das portagens na Via do Infante” (A22), apresentada pelo Bloco de Esquerda, foi aprovada, no passado dia 26 de Abril, em sessão da Assembleia Intermunicipal do Algarve, com o voto favorável da maioria das bancadas e a abstenção de sete deputados do PSD.
Segundo o Bloco de Esquerda, «o órgão intermunicipal do Algarve deliberou solicitar ao primeiro-ministro e ao Governo que tomem as diligências necessárias para que, ainda antes do Verão, sejam suspensas as portagens na Via do Infante (A22), com o intuito da melhorar a mobilidade, relançar o desenvolvimento económico e social do Algarve e, muito em particular, para acabar com tragédia vivida na região, reduzindo a elevada sinistralidade na EN125».
De acordo com os bloquistas, esta deliberação vem «reforçar mais uma vez a urgência de suspender as portagens na Via do Infante, sobretudo quando a decisão de manter a aplicação duma taxa numa via, financiada em mais dos seus dois terços por verbas da União Europeia, continua a ir contra o enorme consenso existente na região».
Isto porque «responsáveis políticos, autarcas, empresários e utentes» têm manifestado «de forma recorrente, e de modo diverso, a sua indignação face à manutenção da cobrança nesta via», diz o BE.
A moção apresentada lembra, ainda, o reconhecimento de António Costa, em 2015, «da EN125 ser um “cemitério” e não constituir alternativa à Via do Infante, manifestando mesmo a intenção de eliminar as portagens, caso viesse a ser líder do Governo», acrescente o BE.
É que este documento, agora aprovado,recorda, que, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a EN125 é «a estrada mais perigosa e mortífera do país, tendo em conta o grande número de “pontos negros” com um elevado registo de vítimas mortais e feridos graves».
«Com efeito, só no ano de 2016, registaram-se no Algarve mais de 10000 acidentes dos quais resultaram 30 mortos e 160 feridos graves», diz este partido político.
Os deputados bloquistas consideram, assim, «que a introdução de portagens naquela via foi um retrocesso para toda a região algarvia, com grandes prejuízos na mobilidade de pessoas e bens, tendo contribuído para o agravamento da crise económica na região, com uma perda acentuada da competitividade face à Andaluzia, e consequente falência e encerramento de empresas, sobretudo dedicadas ao turismo».
Nesta mesma sessão da Assembleia Intermunicipal também foi aprovada a moção para a criação de “Um matadouro regional no Algarve”, apresentada pelo BE.
A iniciativa teve a unanimidade de votos favoráveis, tendo garantido o apelo ao Governo para que encontre as soluções mais adequadas que levem à criação de este matadouro.
O Bloco evoca as longas deslocações realizadas pelos criadores de gado à região alentejana e ao distrito de Setúbal para o abate dos animais, com o consequente acréscimo de custos e a perda de competitividade face à concorrência.