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«Há um limite para o que se pode fazer para melhorar o serviço que é prestado» nos hospitais que hoje existem do Algarve, pelo que, «sem uma infraestrutura nova, será muito difícil convencer novos médicos e novos enfermeiros a ficar cá, a aceitar a formação cá, mesmo que a ligação à Universidade do Algarve possa melhorar essa capacidade de atração», considerou o presidente do PSD Pedro Passos Coelho.

O líder dos social-democratas esteve esta terça-feira, 30 de Maio, no Hospital de Faro, onde se reuniu com o conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve e com representantes dos profissionais de saúde.

No final, disse que o seu partido não aceita que, havendo disponibilidade financeira para a construção de novas estruturas hospitalares, o Hospital Central do Algarve não seja uma prioridade, garantindo que só não lançou o projeto quando era primeiro-ministro por falta de verba.

«O hospital não avançou porque, na altura, nós não tínhamos dinheiro para o fazer. Isso é inequívoco. Nem este, nem outros, embora tenhamos aberto oito hospitais durante o tempo em que estivemos no Governo e supostamente não havia dinheiro», disse.

 

«Nós sabemos há muitos anos que o Algarve precisa de um novo hospital. Sabemos que não o podemos construir de um ano para o outro. Mas não aceitamos que o Governo tenha incluído a construção de novos hospitais no Orçamento de Estado para 2017 e que, nas quatro prioridades, não esteja o Algarve», considerou o líder do PSD, lembrando que esse investimento já foi «a segunda prioridade, juntamente com Madeira e Lisboa».

Passos Coelho disse que, enquanto estava no Governo, a opção passou por canalizar os recursos existentes «para melhorar os serviços de urgência». «Para além de pequenos investimentos em equipamentos, fizemos uma remodelação das urgências tanto do Hospital de Faro, como de Portimão. Mas temos noção de que isso não resolve o problema, apesar de melhorar durante um tempo a situação», ilustrou.

Investir na melhoria do que já existe foi o mesmo caminho pelo qual optou o atual Governo PS, que anunciou investimentos de 19 milhões de euros nos hospitais do Algarve até final de 2019  (11,2 milhões em 2017). Aqui, o líder do PSD considera que «há uma retórica que não casa com a realidade», pois, da verba anunciada, «nenhuma foi ainda investida».

«A realidade que temos precisa de ser melhorada, com realismo e sem demagogia», defendeu.

 

Os problemas que foram reportados pelos diferentes intervenientes nas reuniões em que Pedro Passos Coelho participou não são novos, apesar de o líder do PSD defender que se «agravaram» com o atual Governo. Mas, na visão do ex primeiro-ministro, a opção pela fusão dos três hospitais algarvios foi uma boa medida.

«Eu julgo que a criação do Centro Hospitalar do Algarve foi uma boa decisão. E tanto é assim que não tenho ideia de que o atual Governo queira voltar atrás com o modelo. Ainda não ouvi nenhum governante dizer que é preciso desfazer esse Centro Hospitalar, desintegrar os serviços e voltar a ter uma unidade em Portimão e outra aqui em Faro», disse.

Tecnicamente, não há intenção da parte do Governo em voltar à situação anterior (Hospital de Faro e Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio), mas não deixa de estar em cima da mesa uma solução que, na prática – e atendendo às garantias dadas pelo presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve em entrevista exclusiva ao Sul Informação – devolverá a estas unidades de saúde parte da autonomia perdida com a fusão.

Já o presidente do PSD fala na necessidade de «aperfeiçoar o modelo de organização». «Considero que faz sentido aquilo que fizemos – ter mais massa crítica gerida de uma forma mais articulada. Mas é óbvio que pode trazer algumas ineficiências se depois a forma como a organização ocorrer não tiver lógica», disse.

sulinformacao

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