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O PS/Algarve acusou hoje o Governo de promover uma «manobra eleitoralista» «na véspera da eleição do Parlamento Europeu» com o anúncio do recomeço das obras na EN125, feito ontem pela Estradas de Portugal.

Segundo esta empresa, foi finalmente possível chegar a acordo com o concessionário da obra parada há mais de dois anos, a Rotas do Algarve Litoral, para a revisão das cláusulas de despesa e investimento previstas no âmbito da subconcessão da estrada nacional 125.

Ora, António Eusébio, presidente do PS/Algarve, considera que, «numa manobra claramente eleitoralista, o Governo anuncia para julho, no pico do próximo Verão, o arranque das obras suspensas desde o início de 2012, dando ênfase às alegadas poupanças financeiras decorrentes desta segunda renegociação irresponsável».

Para mais, acusa o líder dos socialistas algarvios, esta renegociação «deixa cair a requalificação dos troços do Sotavento do Algarve, excluindo os concelhos de Olhão, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António, depois de já ter abandonado os projetos das variantes de Olhão e da Luz de Tavira na anterior revisão».

«Esta evolução incompreensível do processo apenas pode ser justificada pelo desespero pré-eleitoral e por uma derrota anunciada», considera o presidente do PS/Algarve.

«O Governo faz tábua rasa dos compromissos assumidos com os algarvios sobre a requalificação total da Estrada Nacional 125, apresentada pelo anterior Primeiro-Ministro em 16 de março de 2008 como a primeira intervenção estratégica de requalificação integral de uma Estrada Nacional».

«Apesar do avançado estado de degradação do pavimento e das zonas envolventes, o Governo e as Estradas de Portugal discriminam negativamente os concelhos do Sotavento algarvio e do Baixo Guadiana», acrescenta António Eusébio, referindo que «aqueles concelhos já foram prejudicados pelo acréscimo de tráfego provocado na sequência da introdução de portagens na Via do Infante ou pelo adiamento da conclusão do IC27, transformado num beco sem saída».

Em matéria de investimentos no setor rodoviário, «afastado incompreensivelmente das prioridades indicadas no PETI – Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020», António Eusébio reitera a necessidade de ser «garantida a conclusão integral e sem mais demoras» das obras de requalificação da EN 125, e a construção das variantes previstas em Odiáxere (Lagos), Olhão e Luz de Tavira.

Eusébio, que foi presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, defende também a construção da alternativa à EN2, entre Faro e São Brás, «incluídas no contrato original por imperiosas razões de segurança rodoviária, fluidez da circulação e de acalmia de tráfego nas populações atravessadas».

Segundo o presidente dos socialistas algarvios, «o Governo deve reconsiderar a anulação das obras de conclusão do fecho da rede rodoviária de ligação ao Alentejo (IC4 e IC27, respetivamente), quebrando as expetativas anteriormente criadas pelo Estado às autarquias e aos empresários e prejudicando claramente duas zonas de baixa densidade populacional e de elevado potencial turístico na Costa Vicentina e no Baixo Guadiana».

A conclusão do IC 27, entre Santa Marta (Alcoutim) e Albernoa (Beja), com passagem pelo concelho de Mértola, e do IC4, entre Bensafrim (Lagos) e Santiago do Cacém, servindo ainda os concelhos de Aljezur e Odemira, aliadas às obras de requalificação do IC 8 (Sines – Beja – Vila Verde de Ficalho) «permitirá estruturar toda a rede rodoviária do sul de Portugal e rentabilizar racionalmente todos os investimentos já efetuados em estudos e projetos», concluiu.

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