Foi com «surpresa» que o PS Algarve diz ter tomado conhecimento do encerramento da Unidade de Cuidados Continuados de Convalescença de Lagos, a funcionar no Hospital de São Gonçalo de Lagos – HPP Algarve, desde 2008.
A decisão da ARS Algarve de proceder à cessação do contrato para o funcionamento da referida Unidade «reduz a capacidade instalada da Rede de Cuidados Continuados no Algarve em 11 camas, e revela a fraca atenção que a ARS Algarve e os CA dos Hospitais têm dado aos cuidados continuados na região», acusam os socialistas.
Outros exemplos apontados pelo PS Algarve são «o encerramento, durante o ano de 2012, das 20 camas de Cuidados Continuados de Convalescença a funcionar no Centro de Saúde de Loulé, sob a responsabilidade do Hospital Faro, EPE, e a sua posterior reabertura em 2013, no mesmo local, sem qualquer tipo de justificação e a redução da referenciação hospitalar para Cuidados Continuados em 2012 de 17.5%» .
Os socialista acrescentam que «hoje o Algarve apenas conta com 69 camas de Convalescença, quando em 2011 contava com 80 camas neste tipo de unidades de internamento de cuidados continuados integrados».
Na semana passada, a ARS Algarve tinha anunciado que o Algarve é «a região do país que dá resposta, na área dos Cuidados Continuados Integrados, a uma maior percentagem da sua população, em especial nos utentes com mais de 65 anos», citando dados do relatório de implementação e monitorização da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, divulgado no início deste mês pela Administração Central do Sistema de Saúde.
Segundo a ARS, «a percentagem da região do Algarve é mesmo cerca de duas vezes e meia superior à média nacional».
Números que poderão agora ser afetados pelo encerramento da Unidade de Cuidados Continuados de Convalescença de Lagos, decisão tomada pelo Ministério da Saúde em consonância com o ARS Algarve e o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, que o PS algarvio considera ser «lesiva dos interesses da população idosa e dependente do Algarve, e em particular dos algarvios residentes na área do Barlavento».
«Não se entende a decisão tomada e não se conhece os critérios subjacentes à mesma, uma vez que a Unidade de Convalescença de Lagos pautava-se pelo bom funcionamento», estranha António Eusébio, presidente do PS Algarve.
O encerramento da Unidade de Convalescença de Lagos «é uma má opção dado que prestava cuidados de saúde adequados às necessidades dos cidadãos aí internados e a valores bem inferiores àqueles que o Estado suportará com a permanência dos utentes nos hospitais. Os encargos diários na Unidade de Lagos são no mínimo cerca de um terço do valor diário onerado nos hospitais», acrescenta.
Também a candidatura da socialista Joaquina Matos à Câmara de Lagos repudiou ontem, em comunicado, esta decisão «dada a necessidade de existência de uma Unidade deste tipo que possa apoiar as populações».
Joaquina Matos disse esperar que «a tutela encontre, com urgência, uma solução alternativa que vá ao encontro das necessidades da população idosa e dependente».