«Já não existem as menores condições para a manutenção no exercício de funções do Ministro da Saúde e dos responsáveis regionais, nomeados por ele», defendeu esta quinta-feira o presidente do PS/Algarve António Eusébio. Em causa a alegada «incapacidade de resolver, ou pelo menos atenuar, os problemas com os quais os serviços públicos de saúde se confrontam no Algarve».
O líder dos socialistas algarvios tomou uma posição pública no seguimento dos problemas que levaram o Serviço de Urgência Básica de Loulé a estar temporariamente fechado, me dois dias consecutivos, por falta de médico. Uma situação que levou os presidentes das Câmaras de Loulé Vítor Aleixo e Vítor Guerreiro a mudar os gabinetes para a porta daquela unidade de saúde, esta quarta-feira.
«António Eusébio lamenta que, mais uma vez o Algarve, e em particular os Serviços de Urgência Básica de Loulé e Albufeira, sejam notícia pelos piores motivos, devido à falta de médicos, de enfermeiros e de assistentes operacionais para assegurarem este serviço essencial aos cidadãos do Algarve e aos turistas que nos visitam», lê-se numa nota de imprensa do PS/Algarve.
Os socialistas lembram que «ainda na passada semana a Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos e o seu Bastonário denunciaram a situação de degradação dos serviços de saúde do Algarve, e em particular os seus serviços de Urgência, e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses questionou o porquê de não se abrirem mais vagas para enfermeiros quando é reconhecida a falta destes profissionais».
«Em resposta, vieram os responsáveis regionais pela área da saúde, desculparem-se um com o outro no que se refere à responsabilidade pelo não funcionamento dos serviços, perante o sacudir de água do capote por parte do Ministro Paulo Macedo, que de uma forma irresponsável atirava as culpas para a Administração Regional de Saúde do Algarve e para o Centro Hospitalar do Algarve, ao mesmo tempo que prometia a contratação de médicos e enfermeiros na Assembleia da República», acrescentam.
Como o Sul Informação avançou ontem em primeira-mão, a questão da responsabilidade sobre os SUB algarvios já foi definida, por despacho, pelo Governo e cabe ao Centro Hospitalar do Algarve. Uma deliberação que ainda não foi tornada pública, mas que responde à pergunta feita há semanas pelo PS, que quis saber «quem manda aonde na saúde no Algarve».
«É incompreensível que o Ministro da Saúde, Paulo Macedo compactue com esta situação e não tenha chamado já a si a resolução deste problema. É certo que o Algarve fica “longe” de Lisboa, mas nem por isso merecemos menos respeito!», expressou António Eusébio.
«Perante este quadro e após vários alertas do PS Algarve, António Eusébio considera que os responsáveis pela Administração Regional de Saúde e pelo Centro Hospitalar do Algarve não têm mais condições para continuar, e defende a demissão do próprio Ministro da Saúde, Paulo Macedo incapaz de resolver esta situação», defendem os socialistas.