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O PS Faro acusou, esta segunda-feira, em comunicado, a Câmara de Faro de estar a equacionar construir um incinerador provisório para «queimar os restos mortais dos mais de 2000 corpos mumificados que aguardam decomposição no Cemitério Novo de Faro». A intenção é negada pelo executivo que acusa os socialistas de «alarmismo e politiquice».

Segundo o PS Faro, «os farenses estão cada vez mais preocupados com a falta de capacidade dos cemitérios locais e os problemas que têm afetado os funerais dos seus entes queridos, amigos e conhecidos».

O Cemitério Novo de Faro tem um problema com a decomposição dos corpos que, como o Sul Informação já noticiou, que mumifica os cadáveres, em vez de os decompor.

Os socialistas acusam o executivo do PSD de, em 2014, se ter oposto «à proposta do PS de fazer estudar a alternativa de resolução, que vem obstando à decomposição anaeróbica dos restos mortais, nos gavetões do cemitério novo, para só agora avançar com a adjudicação de estudo técnico para a solução que assim viabilize a construção de mais locais para os 400 funerais que, por ano se realizam em Faro».

Agora, segundo o PS, «os farenses foram apanhados de surpresa com a chocante ideia» de Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, que, dizem os socialistas, «equaciona construir um incinerador provisório só para queimar os restos mortais dos mais de 2000 corpos mumificados que aguardam decomposição» no cemitério, «independentemente de ter sido essa a vontade em vida, ou reflexão da comunidade e dos seus familiares em honra da memória que nos deixaram».

No entanto, esta intenção é negada ao nosso jornal por fonte do executivo camarário que diz que «existem duas maneiras de resolver a questão deste cemitério que não funciona e que nos foi uma herança deixada pelos nossos antecessores».

A primeira, explica a mesma fonte, passa por construir novos gavetões, para que possa ser feita uma «exumação temporária dos cadáveres mumificados, para estes novos espaços. Isso possibilita que se possa fazer a reparação dos blocos mais antigos para resolver o problema».

Já a segunda possibilidade passa efetivamente pela cremação, mas «discutida, caso a caso com as famílias. Se as famílias estiverem disponíveis, pode ser uma opção em cima da mesa. Mas não vamos criar nenhum forno de cremação provisório, não existe nada disso», garante.

Para o executivo, o comunicado socialista causa estranheza por trazer «para a praça pública de forma crua e superficial um tema tão sensível».

A fonte camarária explica que «existe a necessidade de resolver tecnicamente o problema [dos cemitérios] e de criar mais vagas». Para isso, «estamos a completar a construção de 176 novos gavetões, e temos mais 336 em fase de procedimento».

Além disso, está ainda em estudo, «a ampliação do Cemitéri Novo» e o executivo aguarda a resolução do «imbróglio jurídico» em que está envolvido o crematório de Faro, depois de a Servilusa, empresa que ganhou um primeiro concurso para a sua concessão, em 2011, ter desistido da obra e de ter impugnado um segundo concurso, em 2016, depois de não o ter ganho.

sulinformacao

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