O PS/Algarve e os deputados algarvios socialistas defenderam, em comunicado, a «redução do valor das portagens na A22 – Via do Infante, por ser esta a opção mais justa e exequível para compensar os algarvios que pagam portagens superiores ao resto do País».
Baseando-se no estudo técnico desenvolvido por um conjunto de economistas e docentes da Universidade do Algarve, já divulgado anteriormente, António Eusébio, deputado e presidente do PS/Algarve, lembra que «é tecnicamente possível diminuir o valor das portagens na A22 com ganhos para as pessoas, famílias e empresas da região e sem qualquer aumento da despesa pública», por força do «efeito de elasticidade» provocado pelo aumento da procura em função da redução do custo das viagens.
Na sequência da tomada de posse do novo Governo, o líder dos socialistas algarvios encontrou-se com o ministro da tutela para abordar esta questão, bem como o processo de requalificação da EN125 e os investimentos referenciados pelo Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (GT/IEVA), nomeadamente a melhoria do acesso marítimo e instalações nos portos de Portimão e Faro e a modernização e eletrificação da linha ferroviária do Algarve, reiterando o interesse estratégico da região na sua concretização.
Face às notícias que davam conta da possibilidade de o Governo poder deixar cair as obras de requalificação da Linha do Algarve, nomeadamente a eletrificação de toda a linha entre Lagos e Vila Real de Santo António, o PS sublinha, no seu comunicado, que «desconhece-se que tenha sido retirada do Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+), a modernização e eletrificação da linha ferroviária do Algarve – Faro, Vila Real Santo António».
É que, sublinha o PS, «se alguma alteração ocorreu, essa será da inteira responsabilidade do anterior governo, pois o atual governo, nas poucas semanas de exercício, assumiu os projetos do anterior governo nestas matérias, conforme compromisso que assumiu na campanha eleitoral».
De facto, ao que se sabe, o Plano Estratégico de Transportes e Investimentos (PETI) terá sido revisto, recentemente, não pelo atual Governo, mas pela empresa Infraestruturas de Portugal, daí resultando uma nova versão, que não se sabe ainda se será ou não a utilizada pela tutela.
O presidente do PS/Algarve diz, por isso, que a ter ocorrido uma alteração ela «é da inteira e total responsabilidade do anterior Governo» e classifica como «demagógicas» as declarações dos dirigentes e deputados do PSD, que tinham «a responsabilidade de acompanhar em permanência esta temática e permitiram que tal sucedesse, caso se confirme».
Os socialistas sublinham também, no seu comunicado, que o recente aumento de portagens num troço da Via do Infante é da inteira responsabilidade das Infraestruturas de Portugal e decorre dos contratos de concessão.
«No início do ano, como é habitual e conforme está previsto nos contratos de concessão, as Infraestruturas de Portugal procederam à atualização anual das taxas de portagem, com base na evolução do Índice de Preços ao Consumidor (IPC)», recorda o PS.
No caso do Algarve, isso «refletiu-se nas tarifas aplicadas às viaturas pesadas incluídas na classe 4 no troço Tavira – Monte Gordo da A22».
Por isso, os socialistas algarvios dizem estranhar «a reação populista do PSD sobre a matéria nesta ocasião, criticando um Governo em funções há apenas seis semanas, quando tiveram mais de quatro anos para rever a situação e nada fizeram para alterar o sistema de cobrança e reduzir os tarifários, agasalhando-se no conforto da inação e do silêncio cúmplice com um Governo que deixou o Algarve e os algarvios ao abandono durante quatro anos».