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AlisuperA cadeia holandesa Spar comprou 12 das lojas que ainda pertencem à Alisuper, no Algarve, num negócio de 750 mil euros, que permite manter grande parte dos trabalhadores, mas deixa de fora os salários em atraso.

O jornal Público noticiou que o trespasse das lojas surge na sequência do processo de insolvência da empresa N&F, do grupo Nogueira, que acumula um passivo de mais de 35 milhões de euros, e engloba também os postos de trabalho de 78 pessoas e as mercadorias das respetivas lojas.

No entanto, desses 78, apenas 58 trabalhadores vão manter as suas funções. Os restantes saem por via de acordo de rescisão ou fim de contrato.

Por outro lado, salienta o Correio da Manhã, citando Maria José Madeira, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços, os salários em atraso ainda não foram pagos e «terão que ser reclamados na assembleia de credores», que irá ser realizada no dia 26 de abril, no Tribunal de Viseu, onde decorre o processo de insolvência.

Os funcionários das 12 lojas – três em Albufeira, duas em Lagos e uma em Algoz, Armação de Pera, Boliqueime, Monte Gordo, Portimão, Silves e Vila Nova de Cacela – só no dia 21 de Março ficaram a saber que tinham novo patrão, quando lhes foi entregue para assinar um contrato, que entrou em vigor dois dias depois, a 23 de Março.

Foi-lhes ainda comunicado, segundo a sindicalista Maria José Madeira, que o novo contrato assumiria os seus direitos de antiguidade, mas deixava de lado os salários em atraso, que totalizam 150 mil euros.

Em 2014, apenas dois dos 12 estabelecimentos em questão terão registado um resultado operacional positivo.

Em Julho de 2015, quando já enfrentava sérias dificuldades, a empresa do Grupo Nogueira vendeu por trespasse as lojas Alisuper de Caliços (Albufeira), Quinta do Lago e Vale de Lobo à cadeia de supermercados Pingo Doce.

Meses antes, em Maio, o Intermarché tinha ficado com outras sete lojas Alisuper, em Albufeira, Alvor, Quarteira e Loulé. O Intermarché pretendia ainda comprar duas outras lojas, no Rogil e em Sagres, mas a Autoridade da Concorrência não autorizou o negócio.

As 58 lojas que então eram detidas pela Alisuper, bem como outros ativos do Grupo Alicoop/Alisuper (90 por cento do jornal Barlavento e de 30 por cento da Fábrica do inglês, entretanto já vendidos de novo), depois de um conturbado processo de insolvência, foram compradas em 2012 pelo Grupo Nogueira, do empresário nortenho José Nogueira.

A 30 de Março de 2012, duas dessas lojas – na Quinta do Lago e Vale do Lobo – foram reabertas com pompa e circunstância, com a presença do então ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, e de dois secretários de Estado. Essas duas lojas – tidas como as potencialmente mais lucrativas – foram vendidas ao Pingo Doce, três anos depois.

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