Bolos, compotas, mel, frutos secos caramelizados, medronho, vinhos do Algarve, chás, ginginha em copo de chocolate, entre outras iguarias produzidas por casas especializadas em doçaria conventual e regional, vão poder ser degustadas em mais uma edição da Mostra do Doce Conventual, a decorrer em Lagoa, entre 22 e 26 de Julho.
Este ano, estará pela primeira vez presente uma representação dos pastéis de Tentúgal.
A restauração algarvia apresentará tapas e saladas algarvias e haverá uma zona de batidos com fruta do Algarve, feitos pelos próprios visitantes enquanto pedalam em bicicletas apropriadas.
À entrada, será entregue a cada visitante um formulário que, depois de preenchido e introduzido numa tômbola, dará acesso a um sorteio diário de uma estadia numa unidade hoteleira.
A Mostra de Doce Conventual vai decorrer, como sempre, no Convento de S. José, no centro histórico de Lagoa, e nos espaços circundantes.
Criada em 2003 pela Câmara Municipal de Lagoa, esta Mostra conta com a participação dos funcionários e funcionárias da autarquia, que, durante cinco dias, se transformam em frades e freiras, fazendo as delícias dos visitantes que percorrem os Claustros e espaços envolventes, recriando uma atmosfera conventual.
O recinto da 13ª Mostra do Doce Conventual abre as portas ao público, todos os dias, às 18 horas, oferecendo um programa de animação, com entrada gratuita.
Participa o Duo Sax, formado por dois jovens músicos do concelho, que tocam entre as 18 e as 22 horas, enquanto Eduardo e José Salgueiro trarão o seu Roque Alentejano, no dia 22.
A 23, será a vez de Daniel Kemish (guitarra, harmónica, tarola, bombo) acompanhado por Jean Christian Houde (contrabaixo), apresentar música Folk & Country.
Na noite de 24, a música será assegurada pelo cançonetista Ricardo Sousa.
O quarteto de música irlandesa Sheela Na Gig, formado por Rubén Diez (flauta irlandesa, whistles e bodhran), Leslie Jordan (violino e voz), Kevin Thorman (guitarra acústica, harmónica e voz) e Mangu Díaz (concertina, banjo, mandolina, bouzouki irlandês e voz), sobe ao palco no dia 25.
Finalmente, a fechar, no dia 26 de Julho, apresentam-se os Alogénio, uma banda de Lagoa.
O Convento de S. José foi construído entre 1710 e 1713 e sobreviveu ao terramoto de 1755. Destinava-se ao recolhimento de mulheres, acolhendo também meninas abandonadas e fomentando a sua educação, sob a orientação das religiosas da Ordem das Carmelitas.
Depois destas, ali trabalharam as religiosas Dominicanas, com Colégio, e as da Terceira Ordem de S. Domingos, com catequese, enfermagem, educação e ensino.
O edifício foi adquirido pela Câmara Municipal de Lagoa, em 1924, para a instalação de escolas e repartições públicas, tendo beneficiado, ao longo dos anos, de obras de requalificação, restauro e adaptação.
Atualmente, é o centro cultural de Lagoa, acolhendo exposições de arte, colóquios e congressos.
A Câmara de Lagoa salienta que o conceito de doce conventual está relacionado com a difusão do açúcar nas cozinhas dos mosteiros portugueses, a partir dos finais do século XVI, tendo sido entre as ordens religiosas de frades e freiras que, segundo a tradição, nasceram algumas das mais ricas receitas de doces da gastronomia regional portuguesa.
A autarquia garante mesmo que «os célebres doces “Dom Rodrigo”» terão sido «produzidos, pela primeira vez, no Convento de S. José, há algumas centenas de anos».