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Petróleo - Não Obrigado_AljezurA vila de Aljezur recebe no sábado, dia 25 de Junho, às 18h00, uma manifestação, convocada por vários movimentos, pela travagem do furo de sondagem de hidrocarbonetos a levar a cabo pelo consórcio Galp/ENI, cujo início está marcado para 1 de Julho, numa zona de mar ao largo daquele concelho.

Os promotores consideram que «dia 1 de Julho de 2016 paira sobre nós uma ameaça: o primeiro furo para sondagem de exploração de petróleo no mar de Aljezur».

O Consórcio Eni/Galp quer iniciar uma sondagem (perfuração) de pesquisa de petróleo no deep offshore da Bacia do Alentejo, a 46,5 quilómetros da costa de Aljezur, tendo para tal requerido um título de utilização privativa do espaço marítimo nacional à Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).

No âmbito deste processo, está a decorrer um período de quinze dias de Consulta Pública, que termina já esta quinta-feira, 22 de Junho.

A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) já disse que «é muito importante que haja uma enorme participação formal nesta consulta pública», porque «se não agirmos agora, mais tarde será difícil parar outras situações».

No entanto, «apesar da crescente mobilização popular, das autarquias e dos movimentos, das associações e das empresas, as companhias petrolíferas insistem em fazer a exploração de combustíveis fósseis contra a nossa vontade», acrescentam agora os organizadores da manifestação de sábado próximo.

A sondagem marcada para começar a 1 de Julho, frente a Aljezur, promovida pela Galp e pela ENI, e que consistirá em fazer furos no fundo do mar, é «um insulto às populações do litoral alentejano e algarvio».

«Não queremos nenhum furo em Aljezur, em Faro, ou em Tavira. Nem em Peniche, na Figueira da Foz ou em qualquer outro local do país!», garantem os movimentos promotores da manifestação.

«Os contratos que entregaram os nossos mares e terras à exploração petrolífera não ofendem apenas a lei, a protecção ambiental e a falta de consulta popular, representam a destruição do território que as anteriores gerações nos deixaram e que cabe a nós preservar», defendem.

«Estes contratos ameaçam o nosso futuro e representam uma enorme ameaça para a região, para o país e para o próprio planeta, que se quer limpo e sustentável. Conhecemos os interesses e influências que movem a indústria do petróleo: estamos a par da economia paralela, do suborno, dos jogos de bastidores, da força para além da lei, que devastou e devasta tantos países, onde supostamente os recursos petrolíferos seriam uma bênção para os povos, mas que nunca passam de uma maldição, deixando atrás de si um rastro de corrupção, poluição e desigualdades sociais», dizem ainda os movimentos.

Os promotores da manifestação consideram que esta sondagem «é o início do que é a exploração de petróleo e gás offshore: uma atividade que polui os oceanos e afeta a fauna e a flora marinhas, que perde petróleo em todas as etapas: nos furos, nos poços submarinos, no transporte nas tubagens, nas operações dos navios. Que contamina as nossas águas, o nosso peixe, as nossas praias, as nossas ondas. É uma atividade que destrói a nossa economia e as nossas vidas. É a atividade que desregula o planeta e o clima em nome da cobiça dos donos da energia».

No dia 25 de Junho, às 18h00, «juntamo-nos em Aljezur, movimentos, associações e cidadãos unidos, do Algarve, do Alentejo e de todo o país, contra a exploração de petróleo, para dizer bem alto à ENI, à GALP e às outras empresas que nos querem afogados em poluição e destruição: Não. Queremos Aljezur, o Algarve e Portugal livres de furos!»

 

As associações subscritoras:

Armação do Artista
ASMAA – Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve
Associação Min-Arifa
Cineclube de Tavira
Corpodehoje – Associação Cultural
Faro em Transição
MALP – Movimento Algarve Livre de Petróleo
Preservar Algarve – Aljezur
Preservar Algarve – Odeceixe
STOP Petróleo – Vila do Bispo
Tavira em Transição

sulinformacao

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