A amamentação, um tema bastante controverso, continua a somar argumentos opostos. Um estudo da Universidade de Atlanta, depois de estudar milhares de bebés desde o seu nascimento até os seis anos, demonstrou que os que tinham sido amamentados eram menos propensos a sofrer de infeções do ouvido médio, nariz e garganta.
E quanto maior o período de amamentação no primeiro ano, menos probabilidades teriam as crianças de sofrer infeções.
Estima-se que 20% das crianças até aos quatro anos têm pelo menos uma otite por ano.
As otites surgem, normalmente, após gripes, constipações e infeções de garganta, já que os vírus e bactérias que infetam o nariz e a garganta atingem o ouvido médio através da trompa de Eustáquio.
No caso dos bebés, nem sempre é fácil detetá-las, mas é preciso ter especial atenção se a criança estiver a mexer constantemente no ouvido e se notar alguma mudança de humor e irritabilidade, ou mesmo febre.
“Este estudo tem provas fortes de que os benefícios da amamentação ajudam a prevenir infeções nos ouvidos. As crianças não têm a sensação de ouvido tapado tão apurada como os adultos, e queixam-se apenas da sensação de dor, na maioria das vezes. Uma infeção do ouvido médio pode deixar graves sequelas, como a perda permanente do nível de audição, o que pode levar a atrasos no desenvolvimento da linguagem, distúrbios da fala e menor facilidade de aprendizagem”, comentou Dulce Martins Paiva, diretora geral da GAES – Centros Auditivos em Portugal.
As crianças tendem a ser mais atingidas pelas otites médias devido à condição anatómica do ouvido nesta fase da vida e à maior incidência de infeções virais e bacterianas.