Os chefes de equipa das urgências do Centro Hospitalar do Algarve não avançaram com pedidos de demissão esta segunda-feira, como tinham ameaçado, e não o deverão fazer. Segundo Pedro Nunes, presidente do Conselho de Administração do CHA, «a situação está completamente ultrapassada», inclusive a questão da remuneração destes profissionais.
Na última sexta-feira, Pedro Nunes reuniu-se com representantes do Sindicato Independente dos Médicos, que, em conferência de imprensa, adiantaram que, no início desta semana, haveria nova reunião entre o Conselho de Administração e os chefes de equipa. No entanto, essa reunião pode vir a não se realizar- porque a situação, entretanto, «ficou esclarecida».
«Não aconteceu reunião e não tenho a certeza que vá acontecer. Os chefes de equipa de Urgência manifestaram a sua posição através do Sindicato, nós esclarecemos com o Sindicato e o Sindicato esclareceu com eles: era um mal entendido», adiantou Pedro Nunes ao Sul Informação.
Apesar disso, Pedro Nunes diz estar disponível «para esclarecer o mal entendido e, se for necessário, fazer uma reunião com os chefes de equipa. Temos todo o gosto. No entanto, eles mostraram-se totalmente esclarecidos, ninguém entregou nenhum pedido de demissão e a situação está completamente ultrapassada».
«Eu mesmo tomei a iniciativa de falar com um ou outro chefe de equipa que encontrei por acaso e perguntei: “estás esclarecido?”, “-Estou perfeitamente esclarecido” [respondeu]. Não vamos convocar uma reunião para um assunto que nunca foi assunto e agora ainda é mais um não-assunto», acrescentou.
Pedro Nunes voltou a explicar que «nunca houve nenhuma intenção de dar funções médicas a enfermeiros, antes pelo contrário. O objetivo era a partilha de funções administrativas, de modo a aliviar o trabalho de todos. Isto acabou por ser percebido pelo Sindicato. Da parte do Sindicato, a situação ficou resolvida e da nossa parte também ficou resolvida».
Além do esclarecimento em relação às responsabilidades entre médicos e enfermeiros, a remuneração dos chefes de equipa, «enquanto tal», também era ponto divergente entre as duas partes. Segundo o presidente do CA do CHA, também esta situação está resolvida. «Cumpriu-se a lei. Em nenhum hospital do país estavam a ser remunerados, porque havia uma dúvida em relação às leis ao Orçamento do Estado, e nós [CHA] levantámos dúvidas sucessivas, até que houve esclarecimento da ACSS e da própria Direção Geral da Administração Pública, no sentido que era devido».
Os pagamentos aos chefes de equipa vão, por isso, passar a ser feitos a partir do próximo mês. «Imediatamente vamos pagar, mas é preciso fazer os cálculos, não é de um momento para outro. O pessoal dos Recursos Humanos está a fazer os cálculos, penso que a partir do próximo mês começa a ser pago. Assim que for possível, em termos orçamentais, serão pagos os retroativos, que é uma coisa que outros hospitais do país não estão a fazer, mas nós fazemos questão», concluiu.