A Fundação para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde (FSNS) vai realizar, no próximo dia 16 de Dezembro, às 17h30, no Anfiteatro Verde do Campus de Gambelas da Universidade do Algarve, um debate sobre o futuro dos profissionais de Saúde, com particular destaque para a realidade algarvia.
O debate reunirá três presidentes de Ordens Profissionais (Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos) e diretores dos cursos das áreas da Saúde da UAlg.
Estarão em diálogo o presidente da Secção Distrital do Algarve da Ordem dos Médicos, Ulisses Brito, o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Farmacêutico, Ema Paulino, e o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, Alexandre Tomás.
A UAlg vai fazer-se representar por Isabel Palmeirim, diretora do Mestrado Integrado em Medicina da UAlg, Maria Palma Mateus, diretora da Escola Superior de Saúde, e Graça Miguel, diretora do Curso de Ciências Farmacêuticas.
Segundo a FSNS, «nos últimos anos tem-se verificado uma tendência para a saída de capital humano do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para os grupos privados ou emigração».
De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, o número dos seus profissionais que pediram para trabalhar no estrangeiro quase quadruplicou nos últimos anos.
Por seu lado, a Ordem dos Médicos refere que houve um aumento do pedido de emigração de 190 profissionais médicos em 2009 para 650 em 2012.
Estima-se que em 2015 não haja capacidade formativa para todos os recém-formados em Medicina, o que poderá implicar uma nova realidade de desemprego médico em Portugal.
Segundo um inquérito realizado em 2013 pelo observatório da empregabilidade do sector farmacêutico, cerca de 80% dos novos farmacêuticos demonstraram dificuldade em encontrar trabalho regular no fim do curso.
A Ordem dos Farmacêuticos revelou que 260 profissionais comunicaram nesse ano situação de desemprego e 267 emigraram, numa profissão que até 2011 revelava uma taxa de empregabilidade de 100%.
Estima-se que estes números continuem a subir, ao mesmo tempo que algumas regiões têm particulares dificuldades em cativar profissionais para os seus serviços de saúde.
Em contraponto, no Centro Hospitalar do Algarve, em 2014 abriram 102 vagas para especialistas médicos, no entanto foram poucos os interessados nesses contratos.
Ao mesmo tempo, há muitos profissionais de saúde a abandonar o SNS devido à deterioração das condições de trabalho, sendo por isso o Algarve uma região «onde é particularmente importante debater esta realidade profissional», sublinha a organização.
A FSNS é uma iniciativa de cidadania responsável, independente de qualquer outra entidade pública ou privada, devendo, no entanto, trabalhar em estreita colaboração com as autoridades de saúde, para assegurar o bom exercício da sua missão.
A Fundação promove e apoia uma maior literacia da população portuguesa sobre a melhor forma de utilizar, tirar proveito e ajudar no desenvolvimento do seu SNS.
A FSNS advoga a necessidade de apoiar o desenvolvimento do SNS e recolhe, junto da sociedade civil, contribuições materiais extraordinárias para esse fim, particularmente em períodos de emergência económica e financeira.