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A Quercus alerta para o facto de Portugal ser o quarto país do mundo com maior desflorestação. Segundo dados da Global Forest Watch, entre 2001 e 2014, Portugal perdeu 566.671 hectares de floresta e, entre 2001 e 2012, ganhou 286.549 hectares, o que revela menos 280.122 hectares de área florestal.

No topo dos países com maior perda percentual de coberto arbóreo (são consideradas apenas as áreas florestais com mais de 30% de cobertura arbórea) está a Mauritânia (99,8%), seguida do Burkina Faso (99,3%), da Namíbia (31,0%) e de Portugal (24,6%).

«A situação é mais preocupante para o nosso país pois apenas três países apresentam pior desempenho do que Portugal, e todos eles têm vastas regiões desérticas e ou estão na orla de desertos», diz a Quercus.

«Esta alteração do uso do solo florestal está associada principalmente a conversões para zonas urbanas, turísticas e industriais, novas infraestruturas como autoestradas e barragens e, como é óbvio, os incêndios florestais recorrentes que têm consumido várias centenas de milhares de hectares de floresta em cada década recente», acrescenta.

Estes alertas da Quercus, face à desflorestação, já foram referidos também em dados da FAO, do Eurostat, da Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal ou, até, por Capoulas Santos, ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Florestas.

Para apurar os valores da diminuição da área florestal era essencial, no entender desta associação, existir uma revisão atualizada do Inventário Florestal Nacional, recorrendo a novas tecnologias, situação que tarda em avançar.

A Quercus considera, neste sentido, que o Governo, na Reforma das Florestas, que está atualmente em consulta pública, não avançou com medidas para contrariar este grave problema da diminuição da área florestal.

As florestas primárias – aquelas que se encontram no seu estado natural e cuja existência não depende da atividade humana – estão «em risco de desaparecer» em Portugal, uma vez que ocupam apenas cerca de 1% da área florestal do nosso país.

Em particular risco estão os últimos carvalhais primários de folha caduca que todos os anos vêm diminuída a sua área, com abate de carvalhos centenários para lenha e cultivo de cogumelos, ou são vítimas da expansão de outras culturas.

Estas florestas primárias são o principal depósito da biodiversidade e de património genético de grande parte da flora e fauna autóctone do nosso país. Por esse motivo, a Quercus já pediu ao Governo que crie legislação para a proteção dos carvalhais em Portugal.

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