Há muitos portugueses que sofrem de insuficiência cardíaca, sem o saber. Uma perigosa realidade que levou a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) a dedicar a iniciativa «Maio, Mês do Coração» à sensibilização para esta patologia que afeta 26 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de 400 mil pessoas em Portugal.
A campanha que decorre até final do mês pretende chamar a atenção da população portuguesa para sintomas que habitualmente não são associados a problemas do coração e que são os primeiros sinais de alerta para a insuficiência cardíaca, «como por exemplo dificuldade em respirar (dispneia), membros inferiores inchados devido à acumulação de líquidos, fadiga intensa, tosse ou pieira, náuseas e aumento de peso», segundo a FPC.
«É urgente aumentar o reconhecimento e conhecimento público dos sintomas da insuficiência cardíaca. Apesar da melhoria de cuidados verificada nos últimos 20 anos, a mortalidade por insuficiência Cardíaca permanece inaceitavelmente elevada, registando 2 a 3 vezes mais mortes do que alguns tipos de cancro em estádios avançados, como o cancro da mama e o cancro do cólon. Por esse motivo, a Fundação Portuguesa de Cardiologia dedica este ano Maio, mês do Coração a fazer um alerta à população para conhecer a doença e não desvalorizar os primeiros sintomas», segundo Nuno Lousada, cardiologista e administrador da Fundação Portuguesa de Cardiologia.
Estima-se que uma em cada cinco pessoas vai desenvolver insuficiência cardíaca ao longo da sua vida, uma situação clínica debilitante, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo. «Cinco anos é o tempo médio de vida para 50 por dos doentes com insuficiência cardíaca, após o seu diagnóstico. Na maioria dos casos, esta doença ocorre porque o músculo cardíaco responsável pela ação de bombear o sangue enfraquece ao longo do tempo ou torna-se demasiado rígido», acrescentou a FPC.
A insuficiência cardíaca ocorre muitas vezes também devido a lesão do músculo cardíaco, o que pode acontecer após um ataque cardíaco ou outra doença que afete o coração, ou devido a uma lesão continuada e mais gradual, como acontece na diabetes, hipertensão, doença arterial coronária, colesterol elevado, consumo excessivo de álcool ou abuso de drogas. Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca não tem uma única causa.
O risco de desenvolver insuficiência cardíaca aumenta com a idade e, em geral, tem tendência a ser mais frequente nos homens do que nas mulheres.
A campanha «Maio, Mês do Coração» decorre este ano em parceria com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Direção Geral da Saúde e Associação Portuguesa de Seguradores.