Um homem de nacionalidade romena, suspeito de ter sido o autor do homicídio da sua enteada, uma rapariga de 16 anos, ocorrido em Aljezur, em Dezembro de 2014, foi detido ontem na Roménia, mediante Mandado de Detenção Europeu, e vai agora ser extraditado para Portugal, anunciou a Polícia Judiciária.
O homem, de 35 anos, «fortemente indiciado pela autoria de crime de homicídio em Aljezur», vai ser julgado pelos tribunais portugueses.
O crime, que tem estado a ser investigado pelo Departamento de Investigação Criminal de Portimão da PJ, «ocorreu num quadro de extrema violência física, tendo o suspeito ocultado o cadáver, tentado destruir elementos de prova e encetado fuga», diz a PJ em comunicado.
Mas os investigadores portugueses acabaram por conseguir identificar e encontrar o suspeito e, depois de «acionados mecanismos de cooperação judiciária e policial internacional, com a emissão de Mandado de Detenção Europeu pelo Ministério Público de Lagos e desenvolvidos contactos entre a Polícia Judiciária e a polícia romena», acabou por ser detido ontem, na Roménia.
O homem, de 35 anos, vai ser presente às autoridades judiciais romenas, com vista à sua entrega a Portugal.
A vítima foi a jovem Bruna Nunes, que nunca mais foi vista com vida, desde o dia 11 de Dezembro de 2014, quando regressou da escola em Lagos. A jovem não voltou a sua casa, onde vivia com a mãe e o padrasto, na Aldeia Nova, a cerca de um quilómetro de Aljezur. A sua mochila e chaves foram encontradas na casa do avô, no Rogil, mas não havia vestígios dela.
Viria a ser encontrada já morta, quatro dias depois, num ermo perto da sua casa, manietada e com indícios de ter sido abusada sexualmente. A autópsia determinou que a causa da morte foi «laceração do encéfalo com fratura do crânio».
O seu padrasto, pedreiro desempregado, ainda terá ajudado nas primeiras buscas que foram feitas, depois de a mãe ter denunciado o desaparecimento da sua filha à GNR.
Mas um dia antes de o corpo da jovem ser encontrado, o homem desapareceu, levando o automóvel da mulher. Logo aí, se presumiu que o homem tivesse regressado à Roménia, seu país natal, e adensaram-se as suspeitas das autoridades em relação à autoria do crime.