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Três dezenas de pessoas manifestaram-se esta manhã em Lagoa, junto ao local onde uma zona alagadiça, que tem servido de local de invernada para aves selvagens, está a ser aterrada para dar lugar a um loteamento industrial, onde será instalado mais um hipermercado. Nem a chuva desmobilizou o pequeno, mas aguerrido grupo de manifestantes.

A Câmara Municipal de Lagoa, tal como disse o seu presidente ao Sul Informação, defende a legalidade do loteamento, que resulta de alterações feitas em 2008 ao Plano de Urbanização de Lagoa (PU3).

O autarca Francisco Martins, em declarações ao nosso jornal, defendeu que o município nada pode fazer. «O projeto de loteamento, para expansão daquela zona industrial, foi aprovado em 2008 e todo o processo de consultar as entidades, etc, já vinha de trás. Neste momento, está tudo devidamente autorizado e licenciado».

Ainda assim, na semana passada a Câmara de Lagoa ordenou a paragem dos trabalhos nas Alagoas Brancas, por falta de licença para a totalidade das intervenções ali em curso.

Também o Gabinete da Secretária de Estado do Ambiente e Conservação da Natureza informou ter ordenado uma «ação de fiscalização» às obras em curso.

Entretanto, já circula na internet uma petição contra a destruição daquela pequena zona húmida às portas da cidade de Lagoa. No texto da petição, os seus promotores defendem que, ainda que as obras tenham sido licenciadas, «o enquadramento legal não justifica o atentado ambiental efetuado, porque estão em causa valores superiores como a conservação de espécies raras no nosso país».

Segundo a associação Almargem, «esta pequena zona húmida possui uma importância significativa» e que «as largas centenas de íbis-preto (Plegadis falcinellus) e inúmeras outras aves aquáticas, que atualmente aí passam o Inverno, estão assim em perigo iminente».

«O íbis-preto encontra-se incluído no Anexo I da Diretiva das Aves, o que significa ser uma espécie de proteção prioritária a nível europeu. Até há pouco tempo era considerada uma espécie extinta em Portugal, mas ultimamente tem vindo a recuperar, graças a indivíduos provenientes do sul de Espanha, nomeadamente de Doñana», acrescenta a associação algarvia de defesa do ambiente.

Por seu lado, os autores da Petição sublinham que «a construção de mais um hipermercado, a acrescentar aos outros cinco que existem dentro e nas imediações da cidade não trarão mais valias económicas nem os empregos anunciados, porque o excesso de oferta esmagará ainda mais o pequeno comércio urbano, bem como levará ao colapso das superfícies maiores».

 

Fotos: JM Branco Costa

 

 

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