A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) está em Marraquexe, no Reino de Marrocos, para acompanhar a 22ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP22) e ainda para divulgar a sua campanha contra a prospeção e exploração de hidrocarbonetos.
A COP22 começa esta segunda-feira, 7 de Novembro, em Marraquexe, prolongando-se até dia 18.
Segundo a PALP, «as expectativas são elevadas, particularmente para perceber de que forma a comunidade internacional irá cumprir os seus compromissos climáticos de limitar o aquecimento global do planeta abaixo dos 2ºC, e desenvolver esforços para ir mais além, abaixo dos 1,5ºC».
O Acordo de Paris, alcançado na COP21, em Dezembro do ano passado, é considerado pela PALP como «um marco histórico», tendo entrado em vigor no 4 de Novembro.
No entanto, «este acordo climático não é suficiente por si só. Há que aumentar o nível de ambição em termos de redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE)».
Atingir zero emissões líquidas de GEE na segunda metade deste século implica que a maior parte dos setores da economia da União Europeia (UE) alcancem a descarbonização total nas próximas duas décadas.
Nesse sentido, considera a PAPL, «a UE deve urgentemente implementar um calendário para descontinuar a utilização de combustíveis fósseis, como o petróleo, carvão e gás natural (que não pode ser utilizado como fonte de energia de transição)».
A Plataforma, que integra as principais associações e movimentos ecologistas nacionais e regionais, bem como empresas e pessoas individuais, salienta que «tendo em consideração o nível de ambição necessário para limitar o aquecimento global do planeta em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, Portugal deverá repensar também a sua política climática e energética».
Na opinião da PALP, Portugal deve fazer a «revisão da meta de energias renováveis, com a criação de uma estratégia energética nacional. É possível atingir 100% de eletricidade renovável já em 2030», bem como rejeitar a «exploração de petróleo e gás em território nacional, cancelando as 15 concessões atuais de prospeção e exploração destes combustíveis fósseis na costa portuguesa».
O país deve ainda acelerar o «abandono do uso do carvão», bem como da «reabilitação urbana com requisitos ambiciosos em termos de eficiência energética e uso de energias renováveis».
Portugal deve ainda, defende a PALP, rever a «política de mobilidade, através de uma forte aposta na expansão e melhoria da eficiência dos transportes coletivos e dos modos suaves de mobilidade nas cidades, em detrimento da utilização do transporte individual» e promover o «recurso à mobilidade elétrica e combustíveis alternativos de baixas emissões de equivalentes de carbono».
Se não puder visitar a PALP em Marrquexe, no stand C123 na Green Zone, acompanhe-a no Facebook e Twitter.