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As Organizações Não Governamentais (ONG) que integram a PONG-Pesca entregaram ontem, data em que terminou a consulta pública, os seus pareceres negativos ao Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo (PSOEM), que consideram «não ser um plano».

Para as organizações que compõem a PONG-Pesca, este plano «faz uma má transposição da legislação europeia, levantando mais questões do que soluções ou linhas orientadoras, abordando de forma genérica todos os usos e atividades marítimas».

A Plataforma, que integra a Liga para a Proteção da Natureza, a Quercus, a SPEA e a Sciaena, entre outras entidades, aponta ainda a «ausência de coordenação com os instrumentos de terra, como seja o Geoportal, sem a qual acreditam que o Plano não irá funcionar».

A porta-voz da PONG-Pesca, Marisa Batista, adiantou que «neste plano, falta perspetiva temporal, assim como estratégia, determinação e objetividade na visão do que se pretende para os nossos mares e para as gerações futuras nos próximos 25-50 anos».

A responsável acrescenta ainda que «dificilmente se pode considerar um plano nacional quando está ausente uma das regiões mais abrangentes do nosso espaço marítimo, os Açores», realçando que a atual redação do documento deixa em aberto questões de grande relevância para todos os portugueses, como a mineração, a exploração petrolífera e até a aquacultura.

Além disso, a flexibilidade do projeto de PSOEM apresentado «faz questionar profundamente quanto à utilidade do próprio PSOEM».

«Se todas as atividades, espacializadas ou não, podem ser licenciadas por plano de afetação, sem terem passado ou vir a ter que ser sujeitas a Avaliação Estratégica, qual é então o papel que se pretende dar ao PSOEM e à sua Avaliação Ambiental Estratégica?», interroga a plataforma.

A PONG-Pesca defende que «a presente versão do projeto de PSOEM apresenta sérias debilidades técnicas, científicas e em termos de procedimentos que dificilmente serão ultrapassáveis sem alterações de fundo no próprio regime de ordenamento do espaço marítimo. São altamente preocupantes a falta de rigor científico, o prazo extremamente reduzido de consulta pública (apesar da prorrogação do prazo inicial por 30 dias) e a falta de incentivo ao envolvimento da sociedade civil».

A PONG-Pesca é constituída por oito Organizações não Governamentais: Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE), Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Observatório do Mar dos Açores (OMA), Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, Sciaena – Oceanos # Conservação # Sensibilização, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e Associação Natureza Portugal (ANP) em associação com a WWF.

sulinformacao

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