A maioria dos portugueses vê o carro como um meio de transporte como outro qualquer (74%), constatou o Observador Cetelem na sua análise ao futuro do mercado automóvel.
Considerado durante décadas como símbolo de status social e marca de modernidade, o automóvel é agora encarado como um bem obsoleto por 11% dos portugueses.
Estes dados são divulgados no âmbito do Dia Europeu Sem Carros, que se assinala na próxima terça-feira, dia 22 de setembro.
A perceção dos automobilistas em relação ao carro tem vindo a mudar e são cada vez mais os inconvenientes encontrados no uso de automóvel.
Atualmente, a grande maioria dos portugueses (86%) associa ao carro um custo muito elevado. Mas além dos custos, quase metade dos portugueses (47%) associa ao automóvel uma série de outros incómodos, como a poluição, o ruído e o stress.
No ano passado, o Observador Cetelem dava conta que, entre os europeus, os portugueses são os mais adeptos da partilha de boleias. Cerca de 28% de portugueses afirmavam ter partilhado deslocações em 2014, uma percentagem acima da média europeia (20%). Uma tendência que pode ser interpretada como uma consequência da crise, mas que revela também uma maior consciencialização dos portugueses para o impacto negativo do uso do carro para o ambiente.
«Nos últimos anos tem-se vindo a verificar uma maior consciencialização por parte dos automobilistas, que se mostram agora mais cientes das desvantagens do carro e do seu impacto no meio ambiente. Esta mudança na perceção que os portugueses têm do automóvel vai levando, pouco a pouco, a alterações de comportamentos e ao aparecimento de formas de mobilidade alternativas, como a partilha de boleias», explica Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem.
As análises económicas e de marketing, bem como as previsões, para o Caderno Automóvel 2015, foram efetuadas em colaboração com a empresa de estudos e consultoria BIPE (www.bipe.com). Os inquéritos de campo ao consumidor foram conduzidos pela TNS Sofres, durante o mês de julho de 2014, em catorze países (Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, Turquia, Japão, Estados Unidos, Brasil, China e África do Sul), com amostras representativas das populações nacionais, num total de 7.550 pessoas questionadas pela Internet.