A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) vai participar num exercício para testar a capacidade de resposta do sistema nacional de proteção civil e a coordenação de esforços com Espanha e Marrocos, na eventualidade de uma ocorrência de Tsunami associado a um sismo, amanhã e quarta-feira, dias 10 e 11 de Novembro.
O cenário que será testado é o de um evento semelhante ao Terramoto de 1755, vulgo de Lisboa, que foi seguido de Tsunami.
Este é um simulacro internacional, que se realizará na modalidade CPX (Command Post Exercise), que servirá para testar a resposta em matéria de proteção e socorro dos vários sistemas nacionais de proteção civil português, espanhol e marroquino.
No nosso país, a iniciativa conta com a participação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e da Direção-Geral da Autoridade Marítima.
A nível nacional, o exercício irá permitir testar o Plano Especial de Emergência de Proteção Civil para o Risco Sísmico e de Tsunamis da Região do Algarve (PEERST-Alg), «nomeadamente ao nível da interligação entre os vários escalões em que se estrutura e organiza a proteção civil e os seus agentes, os protocolos relativos às comunicações de emergência, o sistema de aviso e alerta para o Tsunami, as ferramentas previstas para a gestão das operações de proteção e socorro e os procedimentos destinados ao acolhimento e enquadramento de equipas internacionais projetadas para auxílio de emergência em caso de catástrofe», explicou a ANPC.
Também serão testados os protocolos de comunicação de emergência previstos entre os três países potencialmente afetados por um evento similar ao que causou uma destruição maciça, em Lisboa e no Sul do país, em 1755, e as instâncias responsáveis pela gestão deste tipo de operações ao nível do Mecanismo Europeu de Proteção Civil (ERCC – European Response Coordination Centre).
A avaliação da resposta de Portugal, Espanha e Marrocos é um dos objetivos do projeto europeu «EU WESTSUNAMI», coordenado pela Dirección General de Protección Civil y Emergencias de Espanha, no âmbito do qual é levado a cabo este exercício.
Outros objetivos são «familiarizar a proteção civil marroquina com o emprego das ferramentas e sistemas de gestão de informação em uso pelo ERCC e pelos respetivos serviços de proteção civil de Portugal e Espanha, acionar o protocolo destinado à obtenção de imagens de satélite através do sistema COPERNICUS e testar os procedimentos oficiais previstos para auxílio internacional de emergência em caso de catástrofe originada por Tsunami».
A ANPC lembra que, apesar de se estar a levar a cabo um simulacro desta natureza, «não significa que esteja iminente um Tsunami associado a uma ocorrência sísmica, pois, como é sabido, os sismos – eventos que estão na origem dos Tsunamis – são eventos naturais, súbitos e imprevisíveis, para os quais a ciência não dispõe ainda de capacidade nem de meios para os prever».