O jornal Público adianta, na sua edição online, que Rodrigo Lapa, de 15 anos, o jovem encontrado morto na quarta-feira, perto de Portimão, terá sido assassinado na sequência de um desentendimento por causa da compra de um telemóvel, com dinheiro roubado ao padrasto.
Segundo aquele jornal, «Rodrigo queria um telemóvel que custava umas centenas de euros, mas nem a mãe nem o pai, ambos desempregados, estavam em condições de lho dar».
O adolescente decidiu então roubar dinheiro ao companheiro da mãe, um brasileiro também desempregado, mas que fazia biscates para amealhar dinheiro para pagar o seu regresso ao Brasil.
O rapaz chegou mesmo a comprar o telemóvel, causando a fúria do padrasto e culminando na morte de Ricardo, por estrangulamento feito com um braço apertado à volta do seu pescoço, como a autópsia indicou.
O crime, segundo fonte da PJ citada pelo Público, foi mesmo cometido na segunda-feira, dia 22 de Fevereiro, no mesmo dia em que o padrasto regressou ao Brasil.
As autoridades portuguesas, se vierem a acusar o padrasto do homicídio do jovem de 15 anos, não terão possibilidades de obrigar o acusado a voltar ao nosso país, uma vez que Portugal não possui acordos de extradição com o Brasil que permitam sujeitar à justiça portuguesa cidadãos de nacionalidade brasileira.
Por isso, às autoridades portuguesas restarão três opções: julgar o suspeito à revelia e, caso seja condenado, emitir um mandado de captura internacional, esperando que o homem saia do Brasil; as autoridades poderão ainda enviar uma carta precatória ao Supremo Tribunal de Justiça do Brasil, que aí aplicará a sentença; ou ainda remeter os elementos de prova à justiça brasileira e deixar que sejam as autoridades daquele país a acusar e julgar o companheiro da mãe de Rodrigo.