O criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) António Arnaut foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, concedida pelo Presidente da República, mas, entretanto, assiste-se no Algarve «à descarada tentativa de destruição do SNS», acusou esta terça-feira o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) Algarve.
No centro desta crítica está a «atitude assumida pela ARS Algarve que estabeleceu contratos com hospitais privados para prestação de cuidados de saúde na área da Ortopedia».
«Não teve a ARS a preocupação de contratar ortopedistas para garantir e reforçar os serviços respectivos nos hospitais públicos, mas decidiu esbanjar o dinheiro dos contribuintes para as entidades privadas. Já não basta os 4 milhões que, anualmente na região, são transferidos dos hospitais públicos para os privados», defendeu o sindicato.
Para o SIM/Algarve, esta medida contribui «para a saída de mais ortopedistas dos hospitais públicos da região, sendo assim, conivente na destruição de um serviço de referência e na destruição do SNS».
s médicos algarvios avisam que esta medida irá colocar em causa a capacidade formativa do serviço de Ortopedia, «que com estas medidas deixará de ter médicos em formação».
«Não se compreende também as verdadeiras razões da ARS quando o serviço de Ortopedia apresentou uma proposta de solução, apenas com recurso ao SNS e de forma a garantir o funcionamento da Ortopedia no Hospital de Faro e foi liminarmente recusada», acusam.
«Estas medidas avulsas e desgarradas não resolvem o problema de fundo, falta de ortopedistas, porque daqui a um mês o cenário irá ter continuidade alegando a entrada do Verão, quando a atitude correta e indispensável é a reestruturação do serviço de Ortopedia, com a vinda de mais profissionais», concluiu.
