D. Fernando (Santos), o Conquistador, com um astrolábio na mão e a taça de Campeão Europeu no barco, António Costa, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins no leme “à conquista de Portugal”, com Passos Coelho quase a cair, e, até, a “loja” da nau presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, que vende, imagine-se, beijos, selfies… e abraços.
Estes são alguns dos 15 carros alegóricos que vão compor o corso do Carnaval de Loulé, que sairá à rua nos dias 25, 26 e 28 de Fevereiro, e foi apresentado, oficialmente, ontem, dia 16, sob o tema “A grande geringonça”, mas com os Descobrimentos também bem presentes. O objetivo é, segundo a Câmara local, levar 100 mil pessoas à Avenida José da Costa Mealha.
Vítor Aleixo, edil louletano, explicou, entre risos, que a solução política «improvável» foi batizada com um nome «com o qual não temos nada a ver» mas que dá uma designação «muito feliz» ao cortejo carnavalesco.
Ainda assim, referiu, «do ponto de vista logístico, não temos nenhuma geringonça, mas uma máquina bem trabalhada». Isto porque, a juntar às «cerca de 80» pessoas envolvidas «diretamente» na preparação do Carnaval, juntam-se, por exemplo, outras como os tratoristas, os mecânicos, eletricistas, encarregados da limpeza, e, até, uma empresa privada: a Origami.
Apesar de o trabalho «fundamental» ser feito pelos técnicos municipais, esta tratará, explicou Hugo Nunes, vice-presidente da Câmara de Loulé, de fazer trabalhos «em esferovite de muito pormenor».
Na sátira deste corso carnavalesco, haverá, também, lugar para a “Trumpalhada e companhia”, com Putin, Obama e Hillary Clinton, para o mata-moscas de António Guterres, o “Engenheiro ONU”, assim como para as lutas futebolísticas de Bruno de Carvalho, Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa e um árbitro.
A edição de 2017 do Carnaval de Loulé conta com uma novidade: o homenageado será o artista Luís Furtado, que, foi, durante anos, responsável pelos cartazes, decoração do recinto e dos carros alegóricos, e que, para este desfile… fez o seu próprio carro de homenagem. «É a primeira vez que tal acontece», garantiu Hugo Nunes.
Outras das particularidades do corso louletano são as flores que embelezam todos os carros que desfilam pela Avenida. «Usamos cerca de 500 mil e que são colocadas uma a uma. Isto é algo único», explicou, ao Sul Informação, Palhó, o principal criativo do evento.
Já Vítor Aleixo referiu que, apesar de as contas «ainda não estarem fechadas», o objetivo é não ultrapassar os 200 mil de orçamento para o Carnaval.
O corso só sai à rua na próxima semana, mas, por estes dias, na Praça da República, já é possível ver outra novidade para este ano: a exposição “O Tesouro Escondido”. Com curadoria de Sónia Mendes, de quem partiu a ideia para a mostra, alguns dos fatos de edições antigas do Carnaval de Loulé estão expostos nas montras das lojas. «Começámos, este ano, a destapar o tesouro», disse, entre risos, Hugo Nunes.
Quanto a eventuais situações anormais que possam ocorrer durante os desfiles, o vice-presidente garantiu que todas «as respostas estão preparadas», sendo que haverá um «conselho municipal que aprovará um plano de segurança», feito com as forças de segurança, os técnicos municipais, os serviços de saúde e de vigilância.
A entrada para o Carnaval terá o mesmo custo de anos anteriores: 2 euros que, também como já vem sendo hábito, vão reverter, metade (1 euro) para as IPSS do concelho e a outra metade para os grupos amadores que desfilarão no Carnaval.
Questionado sobre se haverá algum dos três dias de corso com entrada gratuita, Hugo Nunes respondeu que «tal nunca foi sequer equacionado». No mesmo sentido, Vítor Aleixo concluiu: «tudo tem um preço e um valor».
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Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação