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É uma stout, chama-se “Punkaseiro” e é feita com dois ingredientes no mínimo curiosos: pão caseiro alentejano, mas também aguardente de medronho. Sérgio Rodrigues é o mentor desta cerveja artesanal, integrada na marca “Alen’tejo”, que se deu a provar aos visitantes da FACECO (Feira das Atividades Culturais e Económicas do concelho de Odemira), em São Teotónio.

Com estes dois ingredientes, nasce uma cerveja que é uma «verdadeira açorda», como a apelida Sérgio Rodrigues. Durante a produção, na parte da brassagem, processo em que se extraem os açúcares do malte, foram introduzidos os “reis” desta cerveja.

Quanto ao medronho, utilizou-se «uma garrafa diluída em 300 litros», o que leva a que a cerveja não tenha uma percentagem de álcool muito elevada: 5,7%. Mesmo assim, os aromas do medronho «são subtis e estão lá: dá para sentir», explica o mestre cervejeiro.

Por outro lado, o pão caseiro, além de dar nome à cerveja, tenta recuperar uma tradição que se já se perdeu. Aliás, esse foi um dos propósitos de Sérgio quando criou a “Punkaseiro”.

 

A “Punkaseiro” a ser feita

«Antigamente, bebia-se café de côdea de pão. Todas as pessoas que provam a cerveja agora dizem que sabe a café». E de onde vem esse sabor? Da junção entre côdea de pão e maltes torrados.

Esta marca “Alen’tejo” foi criada há um ano, mas a ideia já “fermentava” há três. A vinda de Sérgio de Lisboa para Sabóia foi o “clique” para começar a produzir a cerveja. «Tenho algumas raízes aqui em Sabóia e foi como voltar às origens», conta Sérgio, enquanto vai etiquetando garrafas para venda no seu stand da FACECO.

Além da “Punkaseiro”, esta “Alen’tejo já tem mais quatro cervejas no mercado: a “Alecream”, que tem alecrim, a “Oregani”, uma Pale Ale com orégãos, a “Saazy Blonde”, que é uma Blonde Ale, loira, feita com sementes de coentros e lúpulo saaz… e a “Petroil”, cujo nome também salta à vista.

 

«É uma maneira de protesto face à questão da exploração de petróleo na Costa Vicentina. Do género: este é o nosso petróleo, não queremos outro», conta Sérgio.

E este é um “petroil”, baseado numa black Indian Pale Ale (IPA) com lúpulo alentejano que Sérgio está a plantar. «O que eu quero é ir buscar o que é realmente local e aproveitar os recursos endógenos do Alentejo», explica.

Para Sérgio, por agora, e com as cinco cervejas a já serem comercializadas, o balanço é «positivo». «As pessoas estão a gostar e isso é o que me importa», diz.

No futuro, o objetivo é «levar as bebidas a mais restaurantes e cafés». Enquanto tal não acontece, pode comprar a “Punkaseiro” e a “Alecream” aqui… e deliciar-se.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

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