A fragata da Marinha Portuguesa “D. Francisco de Almeida” regressa a Lisboa na manhã de dia 15 de novembro, após uma missão de combate à pirataria no Golfo de Áden, na bacia da Somália, estreito Bab El Mandeb e Mar Vermelho.
Após ter largado da Base Naval de Lisboa em 15 de agosto, a NRP “D. Francisco de Almeida” integrou, no período de 1 de setembro e 30 de outubro, a Força Naval Permanente da NATO (SNMG1 ) na Operação Ocean Shield.
Neste regresso, a fragata irá receber a bordo o ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco, acompanhado pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, General Luís Evangelista Esteves de Araújo, e pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante José Saldanha Lopes.
A Operação Ocean Shield tem como principal objetivo proteger o tráfego marítimo que atravessa a costa da Somália, detendo e prevenindo atos de pirataria incluindo, designadamente, o envolvimento de meios navais e de aeronaves de patrulhamento marítimo, garantindo também a cooperação às Marinhas e Guardas Costeiras dos Estados Regionais no combate a este flagelo.
A participação da fragata D. Francisco de Almeida nesta missão teve a duração de 93 dias, dos quais 60 foram em patrulha na área de operações, com uma taxa de navegação total de cerca de 90%.
A integração da D. Francisco de Almeida coincidiu com o final do período da monção de Sudoeste e início do período de transição, que se caracteriza por condições meteorológicas favoráveis à prática de atos de pirataria com recurso a pequenas e rápidas embarcações.
Das tarefas efetuadas pelo navio português destacam-se a Vigilância e patrulha no Corredor de Trânsito Internacional Recomendado (IRTC) no Golfo de Áden, na bacia da Somália, estreito Bab El Mandeb e Mar Vermelho, abordagens a diversas embarcações suspeitas no sentido de identificar possíveis indícios ligados à pirataria, missões de reconhecimento e de recolha de informações ao longo da costa da Somália, nomeadamente através do helicóptero embarcado.
A fragata portuguesa prestou ainda apoio alimentar e médico à tripulação do navio mercante Dover, após cerca de sete meses de sequestro por parte de piratas somalis.
No capítulo das missões de patrulha, vigilância, reconhecimento e recolha de informações, houve 38 dias de ações de patrulha e vigilância no Golfo de Áden, Mar Arábico e Mar Vermelho, 17 dias de ações de recolha de informações nos campos e fundeadouros na costa Norte e Leste da Somália, 48 horas de voo do helicóptero orgânico, envolvido nas diversas ações de patrulha, vigilância e de abordagem a navios suspeitos, bem como de reconhecimento, recolha de informações e de apoio humanitário ao MV Dover;
O saldo desta missão foi particularmente positivo, pois, durante o período em que o NRP D. Francisco de Almeida esteve integrado na Força Naval da NATO, não ocorreu nenhuma ação de pirataria com sucesso, devido ao esforço conjunto de todas forças internacionais na área de operações.
Reflexo disso foi a mensagem recebida do Comandante da Força-Tarefa da NATO, Contra-Almirante Gualtiero Mattesi: “O NRP D. Francisco de Almeida rapidamente se integrou nas operações contra pirataria tendo sido um meio extremamente valioso durante toda a sua atribuição à Operação Ocean Shield. Apresentou-se bem preparada para operações de contra pirataria, com uma guarnição eficazmente liderada e treinada pelo Comandante Figueiredo, tendo sido muito proficiente nos procedimentos operacionais da NATO.”
A fragata NRP D. Francisco de Almeida é comandada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Salvado de Figueiredo e possui uma guarnição de 185 militares, incluindo duas equipas do pelotão de abordagem do Corpo de Fuzileiros, e o destacamento do Helicóptero Lynx (Fenix) que embarcou para esta missão.