A mais recente proposta de abolição de portagens na Via do Infante apresentada pelo PCP na Assembleia da República foi novamente chumbada, com os votos contra dos deputados dos dois partidos da coligação no poder PSD e CDS/PP, «incluindo os deputados destes partidos eleitos pelo Algarve» e do PS.
Na mesma sessão plenária, foi votado outro projeto de resolução apresentado pelos comunistas, que pedia a conclusão urgente das obras na EN 125, que também não passou, devido aos votos contra de todos os parlamentares da coligação no poder.
«O PS, o PSD e o CDS, preocupados apenas em defender os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros que exploram as concessões rodoviárias, não hesitaram, uma vez mais – recorde-se que foi a 5ª vez que o PCP apresentou esta proposta –, em castigar o Algarve e os algarvios», considerou o Grupo Parlamentar do PCP numa nota de imprensa.
Os comunistas acusam os partidos que votaram contra as propostas de manifestarem preocupação pelo impacto das portagens e da não conclusão das obras na A22 quando estão no Algarve, «mas em Lisboa, na Assembleia da República, votam sistematicamente contra todas as propostas que visam resolver estes problemas».
«O PCP não pode deixar de denunciar veementemente a hipocrisia política de quem no Algarve diz uma coisa, mas na Assembleia da República faz o seu oposto», afirmaram os comunistas.
«O PCP reafirma a sua determinação na luta pela abolição das portagens na Via do Infante e pela conclusão das obras de requalificação da EN 125, confiante que a luta dos trabalhadores e das populações derrotará – mais cedo do que tarde – uma política de direita que não serve os interesses do Algarve e dos algarvios», concluíram.
As propostas do PCP (que foram chumbadas):
O Projeto de Resolução n.º 777/XII/2.ª recomenda ao Governo a imediata abolição da cobrança de taxas de portagem em toda a extensão da Via Infante de Sagres – A22, desde a Ponte Internacional do Guadiana até Lagos/Bensafrim.
O Projeto de Resolução n.º 778/XII/2.ª recomenda ao Governo que:
– Adote as medidas necessárias para que, no âmbito da subconcessão do Algarve Litoral, sejam retomadas rapidamente as obras de requalificação da EN 125;
– Incumba a empresa Estradas de Portugal de proceder à construção dos lanços retirados da subconcessão Algarve Litoral em outubro de 2012, nomeadamente, variante de Odiáxere, variante de Olhão, variante de Luz de Tavira e variante à EN 2 entre Faro e São Brás de Alportel;
– Proceda à renegociação do contrato da subconcessão do Algarve Litoral, de modo a reduzir a taxa interna de rendibilidade da subconcessionária, garantindo, por essa via, uma diminuição dos encargos do Estado ao longo da vida da subconcessão.