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Há poetas no Algarve, muita criação literária poética, mas nem por isso muitos autores publicados. O Festival «Poesia e Companhia» vai ser lançado hoje, sábado e dura até dia 23 de abril, com muitas atividades programadas, para dar a conhecer os poetas e poemas que se vão fazendo no Algarve e aproximar autores e público.

A “base” será a sede da associação «ArQuente», na Galeria Arco, onde será lançada, este sábado, uma exposição de poemas ilustrados, por Camila Beirão Reis. Simultaneamente, será inaugurada a instalação «Quem quer ser Português?», por Luís Ene, no Palácio do Tenente, no âmbito da 3ª edição do evento «Bivar».

A ideia de lançar este festival, que tem agora a sua 1ª edição, surgiu no seio da Rádio Universitária do Algarve RUA FM, o mesmo local onde os poetas algarvios Luís Ene e Fernando Cabrita e a autora, professora universitária e diretora da Biblioteca Central de Gambelas Adriana Freire Nogueira se juntaram, para participarem no programa «Impressões».

Nesta edição da rubrica dinamizada em conjunto pelo Sul informação e pela RUA FM, os três autores conversaram sobre a poesia e aquilo que se faz no Algarve. Uma antevisão do que se poderá esperar do Festival que hoje começa.

«Deste evento, pode-se esperar poesia e boa companhia, daí o nome que escolhemos (risos)», brincou. «A ideia é aproximar as pessoas da poesia, porque teremos a oportunidade de falar sobre se as pessoas leem poesia, se se identificam com ela e se a poesia faz alguma coisa por nós. A mim, a poesia alivia-me um bocado, senão estava antidepressivos», ilustrou.

«Estávamos a fazer um programa que foi agora para o ar, o “Septetos”, que deu a oportunidade a sete poetas algarvios ou a residir no Algarve de se mostrar», contou Luís Ene.

«Quando me apercebi que ia acontecer algo extraordinário na RUA FM, a emissão da leitura de um poema quatro vezes ao dia, pelo próprio poeta, isto pareceu-me inusitado e que não devia passar em branco. E, como sou um pouco doente, deu-me para levar isto para fora e pegar nestes sete poetas originais e outros e levá-los para outra rua», disse Luís Ene.

Os três convidados são unânimes em afirmar que há poetas, e de qualidade no Algarve, mas não deixam de lamentar que não sejam «publicados em regra». «Sempre que falo de poesia portuguesa, digo que dos dez maiores poetas portugueses vivos, metade são do Algarve», ilustrou Fernando Cabrita. «Casimiro de Brito, Teresa Rita Lopes, Nuno Júdice, Gastão Cruz…estamos a falar de um conjunto de personalidades poéticas que dificilmente se encontram na mesma geração», acrescentou o poeta algarvio.

O recém-falecido Ramos Rosa é outra referência da poesia algarvia contemporânea, bem como «o Fernando cabrita e o Luís Ene», salientou Adriana Nogueira.

A conversa, que pode ser ouvida na íntegra, no site da RUA FM, tocou muitas questões que o Festival «Poesia e Companhia» pretende ver debatidas. Para isso, haverá um programa extenso, onde se procurará aliar diferentes artes à poesia, como a música, as artes performativas e o vídeo, num programa que será divulgado em detalhe este sábado.

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