Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

JOIDES_Resolution_(Exp344_036)O Centro Ciência Viva do Algarve, em Faro, inaugura hoje uma exposição temporária sobre a participação nacional no Programa Internacional para a Descoberta dos Oceanos (IODP), com recurso a alguns dos materiais de divulgação produzidos na Escola Secundária de Loulé e na Universidade do Algarve e a outros provenientes diretamente do departamento de educação do programa ECORD/IODP.

Esta mostra abre no mesmo dia em que, em Lisboa, decorre, no Pavilhão do Conhecimento, o Dia IODP/ECORD Portugal. Mas do que se trata?

Os fundos oceânicos representam cerca de dois terços da superfície da litosfera terrestre e são compostos por rochas e sedimentos que contêm informação de grande valor científico para a reconstituição da história da Terra, não só de um ponto vista geológico, mas igualmente de um ponto de vista biológico ou oceanográfico. No entanto, esta informação só pode ser recolhida e investigada através da amostragem dos fundos oceânicos e da sua diversidade em profundidade.

Desta necessidade de amostrar fundos oceânicos de difícil acesso, tal como os fundos abissais, os fundos de zonas de subducção ou ainda os fundos de baixo das coberturas de gelo marinho, nasceu a ideia de reunir esforços tecnológicos, financeiros e humanos a nível internacional.

Assim, em 1998, Portugal juntou-se ao programa ODP- Ocean Drilling Program – onde vários países já colaboravam, através da partilha de recursos e nomeadamente na utilização do navio oceanográfico americano Joides Resolution para perfurar os fundos oceânicos.

Foi durante esse programa que, ao estudar um testemunho sedimentar (ODP171B) proveniente de uma perfuração realizada no golfo do México, se encontraram provas do impacto de um meteorito, e das suas consequências, no limite K/T, limite Cretácico- Paleogénico correspondente ao fim do reinado dos dinossauros.

O sucesso do programa ODP deu origem a um novo programa de cooperação internacional conhecido como IODP, acrónimo utilizado para “Programa integrado de perfuração oceânica” (Integrated Ocean Drilling Program), até 2013, e para “Programa Internacional para a Descoberta Oceânica” (International Ocean Discovery Program), a partir desse ano até 2023.

Esta nova fase do programa internacional IODP revela a crescente importância do estudo dos fundos oceânicos que, contrariamente ao que muitos pensam, não se limita à investigação em Ciências da Terra numa perspectiva restrita de geologia, mas sim ao seu sentido mais lato de Ciências que estudam os processos globais.

joides resolutionDesta forma, a missão do programa IODP actual ambiciona responder aos desafios científicos globais, tais como i) as Mudanças Climáticas e Oceânicas, lendo o passado de forma a vislumbrar o futuro, ii) as Fronteiras da vida, acedendo à biosfera profunda, à sua biodiversidade e aos impactos ambientais nesses ecossistemas, iii) as conexões na Terra, revelando os processos profundos e a sua influência nas condições ambientais de superfície e iv) a dinâmica da Terra, avaliando os riscos e processos relevantes à escala temporal humana.

Ao longo destes anos, a participação portuguesa nestes programas tem assumido diversas formas, desde a presença de um delegado e de um suplente no comité do ECORD, Consórcio Europeu para a investigação oceânica com perfuração (European Consortium for Ocean Research Drilling) e no comité ESSAC, Comité de aconselhamento e de suporte científico do ECORD (ECORD Science Support and Advisory Committee), à participação científica com cientistas portugueses envolvidos em várias missões oceanográficas ou ainda à participação na divulgação e educação, através da dinamização de conferências, seminários ou workshops e formações.

No que diz respeito à divulgação científica e educação, refira-se a contribuição de Hélder Pereira, mestre da Universidade do Algarve e professor de Biologia e Geológica na Escola Secundária de Loulé, que, além de ter organizado este ano a primeira “ECORD School of Rock” em Portugal, também foi o único português a participar numa missão a bordo do Joides Resolution, como “Assessor para a educação e divulgação científica” (Exp. 339 –Mediterranean Outflow, em 2011).

No entanto, existem muitos outros exemplos da participação nacional no IODP, e é com o intuito de divulgar e promover o conjunto dessa participação, mas igualmente de mostrar as suas futuras oportunidades, que, hoje, 3 de Novembro, decorre no Pavilhão do Conhecimento o Dia IODP/ECORD Portugal, e que o CCV do Algarve inaugura uma exposição temporária sobre o mesmo tema.

 

Autor: Centro de Ciência Viva do Algarve

sulinformacao

Também poderá gostar

Sul Informação

Investigadores da Universidade do Algarve extraem energia das marés na barra Faro-Olhão

Investigadores da Universidade do Algarve (UAlg) instalaram, pela primeira vez em águas portuguesas, um

Sul Informação

Investigadores da UAlg contribuíram para nova abordagem no tratamento do cancro

Álvaro Tavares, Cláudia Florindo e Patrícia Silva, do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR)

Sul Informação

Universidade do Algarve entrega prémios do projeto «Mitose: ciência a sul»

A entrega de prémios do projeto “Mitose: ciência a sul” está marcada para este