A conclusão dos trabalhos arqueológicos no no Cerro do Castelinho dos Mouros (Alcoutim), com a quinta e última campanha de escavações, permitiu definir a grandiosidade do edifício, que se estende por uma área com mais de 600 metros quadrados, anunciou hoje a Câmara de Alcoutim.
Os objetos encontrados, em maior número nesta campanha, confirmaram a cronologia já estabelecida e correspondente ao Período Republicano Romano.
Assim sendo, trata-se dos monumentos romanos mais antigos no território português, tendo sido ocupado durante cerca de 100 anos, por quatro gerações.
Entre os objetos encontrados nas escavações, os arqueólogos destacam a identificação da parte superior de uma ânfora de tradição púnica, produzida na zona de Cádis, que foi reutilizada. Posteriormente, serão realizadas análises para clarificar a função dessa ânfora.
Nesta campanha arqueológica internacional, que voltou a unir o Município de Alcoutim e a Universidade de Innsbruck, na Áustria, estendeu-se a área de investigação até ao limite sul, onde a estrada municipal 507 destruiu a muralha exterior, provocando a derrocada e destruição parcial dos edifícios desta área funcional, situados no exterior do edifício principal.
A intervenção concluiu que o edifício central, que contava com três andares em época romana, era constituído por um piso térreo (o único que se conserva), composto por áreas de circulação e acesso aos pisos superiores, e dois andares superiores, que estariam destinados ao espaço habitacional, tendo sido reservada a parte exterior do edifício, onde se detetaram áreas de lareiras, para a zona funcional.
Os trabalhos, que contaram, tal como em anos precedentes, com a colaboração de jovens voluntários da Universidade do Algarve e voluntários da Associação de Arqueólogos do Algarve, contribuíram com dados que irão aprofundar o conhecimento científico deste tipo de monumento romano, pouco conhecido.
A investigação, que se seguirá nos próximos meses, irá permitir divulgar publicamente o edifício romano do séc. II/I a. C., que se ergueria majestático e sobranceiro ao Guadiana, impondo do alto de um cerro xistoso os seus dez metros de altura, protegidos por imponentes muralhas.
No futuro, o município de Alcoutim pretende «proteger, valorizar e tornar visitável este que é um dos monumentos romanos mais antigos do país».