Mais de uma centena de sem-abrigo e cerca de cinco mil pessoas com carências económicas foram identificadas em 2015 no Algarve, denuncia a DECO.
Para evitar consequências financeiras desastrosas, os consumidores algarvios endividados ou em risco de endividamento poderão recorrer ao Gabinete de Apoio ao Sobre-Endividado (GAS) da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), na sua delegação do Algarve, situada em Faro.
Segundo a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor «verifica-se um aumento elevado da fragilidade financeira das famílias algarvias», revelando «uma deterioração da situação face a 2014».
A DECO acrescenta que «a maior parte desta população é constituída por pessoas em idade ativa e atualmente desempregadas».
A associação sublinha também «o aumento, bastante elevado e repentino, da população sénior que evidencia carências económicas, principalmente devido ao apoio prestado aos seus filhos, em muitos casos desempregados ou sobre-endividados, a quem oferecem apoio financeiro, habitação ou mesmo a responsabilização pelo pagamento de dívidas, enquanto fiadores».
Citando o panorama nacional, a DECO salienta que o fenómeno do endividamento das famílias revela-se transversal e independente de níveis de rendimentos ou habilitações literárias, «verificando-se inclusivamente o aumento do número de famílias em situação económica fragilizada que anteriormente integravam a classe média ou a classe média alta da sociedade».
O apoio prestado pelo GAS é «direcionado às pessoas em situação de dificuldade financeira que se encontrem incapacitadas de fazer face às suas dívidas, devido a situações de carácter involuntário, tais como desemprego, cortes salariais ou quebra de rendimentos, doença prolongada ou acidente e alteração do agregado familiar».
Este apoio destina-se apenas a pessoas singulares (consumidores e suas famílias), com manifesta impossibilidade de fazer face ao conjunto das suas dívidas não profissionais.
As dívidas não profissionais podem ser definidas como as que resultam dos compromissos financeiros assumidos junto das entidades de crédito (bancos ou entidades financeiras) ou de outros credores (fornecedores de eletricidade, gás, água, telecomunicações, etc.).
O apoio prestado pelo GAS procura assegurar a prevenção do sobre-endividamento, a reabilitação da situação socioeconómica do sobre-endividado e a orientação económica do consumidor.