Uma proposta do Grupo Parlamentar do PCP, que pedia o regresso das obras da EN 125 para a esfera pública e a abolição de portagens nas ex-Autoestradas Scut, «em particular, na Via do Infante»», foi chumbada na Assembleia da República, com os votos contra da maioria PSD7CDS-PP e do PS, no caso das portagens.
Esta já não é a primeira vez que os comunistas propõem a abolição de portagens nas estradas que antes eram Sem Custos para o Utilizador (Scut), propostas que foram sempre rejeitadas. Desta vez, o projeto de resolução intitulava-se «Pela abolição das portagens nas antigas autoestradas SCUT, a extinção das atuais Parcerias Público Privadas e a gestão pública na conclusão das infraestruturas rodoviárias» e incluiu, igualmente, a EN125.
A proposta de abolição das portagens acabou chumbada pelo PSD, o CDS-PP e o PS. O grupo parlamentar do PSP defendeu, numa nota de imprensa, que estes partidos, «mais uma vez, preferiram colocar o fardo das portagens sobre os ombros dos cidadãos e das micro e pequenas empresas, para não terem que beliscar os interesses dos grupos económicos que exploram a concessão da Via do Infante».
«Ao mesmo tempo que em Lisboa o PS, PSD e CDS votam – sempre – pela manutenção das portagens na Via do Infante, no Algarve ouvimos inflamados discursos de dirigentes, deputados e autarcas destes três partidos a afirmarem-se contra as portagens e a exigirem a sua abolição, tentando, desta forma, enganar os algarvios. O PCP denuncia esta hipocrisia política de quem no Algarve diz uma coisa e em Lisboa faz exatamente o contrário», acusam os comunistas.
No que toca à requalificação da EN 125, apenas o PSD e o CDS-PP votaram contra a moção do PCP que pedia «que o Estado assumisse diretamente a conclusão das obras», votos que foram suficientes para a proposta não passar.
«Enquanto no Algarve, o PSD e, em particular, os deputados deste partido, exigem ao Governo que promova o resgate da concessão da EN 125 e assuma a conclusão das obras de requalificação desta estrada, na Assembleia da República votam exatamente em sentido contrário, rejeitando a proposta do PCP», insistem.
Para os comunistas, há um «lamentável contorcionismo político de quem defende uma coisa no Algarve e o seu oposto em Lisboa».