Os deputados do PS questionaram o Governo sobre os contornos da hasta pública do Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês, em Silves, anunciada pela Autoridade Fiscal e Aduaneira, nomeadamente no que se refere ao destino a dar ao seu acervo e a sua eventual dispersão.
Para o deputado eleito pelo Algarve Miguel Freitas, «é impossível imaginar que um acervo cultural da dimensão histórica como a do Museu da Cortiça possa vir a ser dispersado, sair do concelho de Silves ou mesmo da região algarvia».
Os deputados socialistas lembraram o Primeiro-ministro, na questão que lhe dirigiram, «a importância que este museu tem para a região não só em termos culturais e históricos, mas também, em termos económicos»
«Mais de 100 mil cidadãos puderam conhecer e descobrir a importância que o setor da cortiça teve no século XIX para o desenvolvimento do pais e, principalmente, para a região algarvia, revelada pela exposição de mais de 150 anos de maquinaria e documentação comercial», recordaram.
Entre o importante espólio do Museu da Cortiça da Fábrica do inglês, encontram-se máquinas corticeiras para a transformação únicas e um arquivo documental que remonta ao século XIX, «sendo considerado um dos mais importantes do mundo». «Para além do rico espólio, a recuperação e transformação da antiga e centenária fábrica num espaço de cultura, animação e lazer e de excelência, valeu a distinção em 2001 com o prémio Luigi Michelett, como o melhor museu industrial da Europa», ilustraram os socialistas.