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O adiamento da construção do novo Hospital Central do Algarve, quando o Orçamento de Estado para 2018 prevê a construção de quatro novos hospitais no país, «é uma grave e irreparável injustiça», defendeu Cristóvão Norte, deputado do PSD eleito pelo Algarve, no debate do orçamento na especialidade sobre saúde, que levou o ministro da Saúde à Assembleia da República na segunda-feira.

O parlamentar algarvio confrontou Adalberto Campos Fernandes com o facto do Governo se preparar para avançar para a construção de hospitais em Lisboa, Seixal, Évora e Sintra, quando «um estudo técnico cujo resultado foi transposto para portaria», elaborado em 2006, colocava um novo hospital no Algarve «em segundo lugar» da lista de prioridades.

«Até chegou a ser lançada, em mais que uma ocasião, a primeira pedra. Desde esse momento que se sabia que quando fossem feitos novos hospitais essa ordem seria respeitada. O Governo rompeu esse consenso», acusou Cristóvão Norte.

Dos hospitais que estão inscritos no Orçamento de Estado para 2018, dois, os de Seixal e Évora, «estavam classificados atrás do Algarve e Sintra não constava do despacho de 2006 nem sequer foi objeto de estudo».

Para o deputado do PSD, a decisão é «profundamente antagónica com as proclamações que a saúde no Algarve está no topo das preocupações e em rutura com o facto do Algarve ser a região com maior carência de médicos, menos cirurgias, menos consultas e, cronicamente, com os piores índices de saúde a nível nacional, o que não é novo, mas não tem registado melhorias».

Segundo o PSD, o ministro da Saúde remeteu a construção do Hospital Central do Algarve «para data posterior, não obstante não ter dado qualquer justificação para a decisão de excluir o novo Hospital do Algarve da lista de prioridades».

Os social-democratas apresentam, mesmo, uma lista com razões pelas quais este adiamento é lesivo para o Algarve, que passam pela incapacidade dos hospitais algarvios «em atrair e fixar de recursos humanos», pelos efeitos no ensino de Medicina na Universidade do Algarve e pela incapacidade de resposta dos atuais hospitais numa região «com acelerado crescimento demográfico» e «uma notória evolução turística».

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