Larguito Claro, diretor do serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Algarve, foi distinguido, esta sexta-feira, dia 7 de Abril, com a Medalha de Mérito da Saúde, Grau Ouro, atribuída pelo Ministério da Saúde, numa cerimónia no Teatro Thalia, em Lisboa.
Entregue no âmbito do “Dia Mundial da Saúde” e pelas mãos de Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde, a proposta até foi do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, «como forma de reconhecimento do seu profissionalismo e dedicação ao longo da carreira».
De acordo com a ARS, Larguito Claro sempre atuou «em prol da melhoria da acessibilidade de todos os cidadãos aos cuidados de saúde, na área da dermatologia, constituindo-se como uma referência a nível nacional».
João Maria Larguito Claro nasceu a 8 de Setembro de 1947 em Olhão, onde frequentou o ensino primário. Prosseguiu os estudos no Liceu Nacional Salvador Correia em Luanda, que terminou em 1964. Iniciou o curso de Medicina em 1964, nos Estudos Gerais Universidade de Angola, terminando a licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 1972.
Em Setembro de 1974 é integrado no corpo clínico do Hospital Militar de Luanda, no serviço de Dermatologia, onde permaneceu até início de Novembro desse ano, altura em que foi colocado numa Unidade Militar no Leste de Angola.
Durante a permanência no Hospital Militar iniciou o estudo da especialidade de Dermatologia. Em Novembro de 1975, por ausência do responsável, assume o serviço de Dermatologia do Hospital Universitário de Luanda, com a colaboração de cooperantes estrangeiros, até Outubro de 1977, voltando a ocupar o cargo entre 1979 e 1981.
O algarvio é também especialista em Dermatologia pela Ordem dos Médicos e tem formação dermatológica atribuída pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro – Hospital Pedro Ernesto em 1984.
Foi bolseiro da OMS (Organização Mundial de Saúde) em 1987 na área da Lepra em Manilla e também na área das doenças sexualmente transmissíveis. Em 1989, em Sidney, foi membro da International Union Against the Veneral Diseases and Treponematoses.
No seu currículo a nível nacional há ainda a passagem, de 1993 a 1999, pelos Serviços de Saúde de Macau onde assumiu o cargo de diretor. Entre 2002 e 2007 desempenhou funções de gestão na administração do Hospital de Faro no cargo de Diretor Clínico.
Em 2016 foi distinguido pelo trabalho realizado ao nível do rastreio/triagem teledermatológica, com o prémio de Personalidade do Ano em Telemedicina, distinção atribuída pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), em conjunto com o Grupo de Trabalho de Telemedicina da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Larguito Claro foi o «médico que mais expandiu o apoio do seu serviço aos cuidados de saúde primários, através de teleconsultas em tempo real, aumentando de 562 para 1358, no período entre 2011 a 2015, tendo -se destacado, em 2016, por ter dado a melhor resposta nacional através do rastreio teledermatológico aos pedidos da primeira consulta realizados pelos médicos de família», diz a ARS.
«Os resultados alcançados nesta área em muito ficam a dever-se ao seu profissionalismo e dedicação incondicional que, com a sua inexcedível disponibilidade, energia e motivação tem sido o grande impulsionador do uso das novas tecnologias em prol da melhoria da acessibilidade de todos os cidadãos aos cuidados de saúde», acrescenta.
Assim o algarvio é «um exemplo para todos e em particular para os médicos em início de profissão, fazendo questão de os receber e acompanhar ao longo do seu internato tanto no seu serviço como quando já se encontram nas unidades de cuidados de saúde primários da região», conclui.